A língua de Eulália
O autor do
livro consegue evidenciar que ao longo dos anos a forma de escrever no Brasil
foi influenciada por várias outras línguas e ao longo do tempo os conservadores
do português foram adaptando ela, e com isso quem continuou falando como se
falava antigamente passou a ser ignorante, aquele que não fala o português não
padrão.
Só
que não é bem assim, o autor mostra que muitos dos erros de hoje foram os
“acertos” de ontem, que alguns desses erros foram sendo adaptados até se
transformarem no que são hoje, ele consegue com sua pesquisa perceber que o
português não padrão, é uma semelhança a forma que se falava no passado.
Identificação da Obra:
Bagno,
Marcos.
A
língua de Eulália: novela sociolingüística/Marcos Bagno, 15. Ed. São Paulo:
Contexto, 2006.
Apresentação da Obra:
O
texto busca mostrar toda variação lingüística desenvolvida no Brasil desde o
surgimento da escrita, como as palavras surgiram e ao decorrer como se
transformaram, mostrando que muito do que hoje é considerado “errado”, “feio”,
um dia já foi o certo.
Além
disto ele aborda de maneira simples e objetivas as regras do português padrão,
como surgiram, e porque elas passaram a ser exigidas.
O
texto tenta mostrar que o português não padrão não é tão vulgar quanto parece
aos nossos ouvidos, pois ele trata o português não padrão como uma língua não
errada, pois são diversas as regiões e pessoas que o usam no seu dia-dia, o que
como o autor comenta – “Erro comum, ou acerto comum!”, trata isso como uma
língua nova e não como uma língua errada, que é o que os conservadores pregam.
Descrição da Obra:
O
livro é dividido em 22 capítulos, o foco narrativo é o de dialogo; e o livro
possui na versão original aproximadamente 215 páginas e a versão a nos
apresentadas possui 250.
Descrição breve das tratativas de cada
capitulo:
Cap. 1 e 2: introdução ao livro,
e seus objetivos.
Cap. 3: Que língua é essa? – o
mito e a realidade; o errado e o diferente; o eu e o outro;
Cap. 4: Um “probrema” sem a menor
graça – rotacização do L nos encontros consonantais;
Cap. 5: Uma língua enxuta –
eliminação das marcas de plural redundantes;
Cap. 6: Liberdade, fraternidade e
igualdade – transformação de LH em I;
Cap. 7: Verbo, para que te quero?
– simplificação das conjugações verbais;
Cap. 8: E agora, com vocês a
assimilação! – transformação de ND em N e de MB em M;
Cap. 9: Sodade, meu bem, sodade –
redução do ditongo Ou e O;
Cap. 10: Beijo rima com desejo –
redução do ditongo EL em E;
Cap. 11: Música, maestro –
redução de E e O, átonos pretônicos;
Cap. 12: Que coisa mais
esdrúxula! – contração das proparoxítonas em paroxítonas
Cap. 13: Quem era o home que eu
via onte na garage? – desanalização das vogais postônicas;
Cap. 14: Quem não se alembra de
Camões? – arcaísmos no português do Brasil;
Cap. 15: Aceita-se roupas novas –
função da partícula SE como verdadeiro sujeito da oração;
Cap. 16: A bruxa esta a solta –
fenômenos decorrentes da analogia;
Cap. 17: A fôrma, a norma e o
funil – mudança, variação e problemas no ensino da língua;
Cap. 18: Índio sim, com muito
orgulho – uso do pronome MIM como sujeito de infinitivos;
Cap. 19, 20 e 21: Trabalhando o
estudado no livro, despedida e considerações finais;
Cap. 22: Com a palavra o autor, e
sugestões de leitura;
Resenha:
Silvia,
Vera e Emilia chegam a Atibaia e logo Silvia e Emilia estranham a calmaria do
lugar, o ar puro, e dizem que não agüentaram por muito tempo.
Em
seguida pegam o taxi em direção a casa da D. Irene, tia de Vera, viúva, que
mora com Eulália, uma senhora simples que foi sua empregada e passou à amiga,
isso já tem vinte anos, logo que chegam no taxi mesmo, as amigas de Vera, ficam sabendo do bonito
trabalho que Irene faz na cidade, ensina as pessoas pobres da região a ler e
escrever.
Irene
uma professora aposentada ao observar como Eulália fala, decide escrever um
livro sobre as diversidades da língua brasileira e principalmente seus
preconceitos, ela passa a estudar o assunto e descobre que quem fala
“probrema”, “fósfro”, “ingrês”, não esta falando errado e sim diferente, percebe
ainda que não são poucos os que falam dessa forma, aprofundando-se ainda mais
nessa pesquisa consegue ver que essas características estão muito próximas de
falas de nossos antepassados e colonizadores, mas que os longo dos anos foram
sendo modificadas pelos conservadores da chamada norma padrão.
Quando
chegam a casa de Irene logo surge o assunto sobre o modo “errado” como Eulália
fala, e é claro também os risos de Emilia, a mais levada da turma. Ai então que
Irene vê a oportunidade de mostrar seus estudos as meninas, e conta a elas o
que ela busca com essa pesquisa, foi daí em diante que as férias começaram a
ser um intensivo de estudos, pois elas passaram a questionar Irene sobre suas
pesquisas, e descobrem que as pesquisas de Irene são muito boas.
Todas
as noites elas se encontravam na “escolinha” criada por Irene para ensinar as
pessoas carentes do local, e iam noite a dentro falando sobre esses métodos.
Quando
foram embora, no dia da despedida Irene contou as meninas que pretendia dedicar
o livro a elas, e também a Eulália, pondo o titulo do livro como A língua de
Eulália.
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