terça-feira, 14 de outubro de 2014

Resenha do Livro A lingua de Eulália por, Cláucia Cardoso

A língua de Eulália

O autor do livro consegue evidenciar que ao longo dos anos a forma de escrever no Brasil foi influenciada por várias outras línguas e ao longo do tempo os conservadores do português foram adaptando ela, e com isso quem continuou falando como se falava antigamente passou a ser ignorante, aquele que não fala o português não padrão.
            Só que não é bem assim, o autor mostra que muitos dos erros de hoje foram os “acertos” de ontem, que alguns desses erros foram sendo adaptados até se transformarem no que são hoje, ele consegue com sua pesquisa perceber que o português não padrão, é uma semelhança a forma que se falava no passado.
           

Identificação da Obra:
            Bagno, Marcos.
            A língua de Eulália: novela sociolingüística/Marcos Bagno, 15. Ed. São Paulo: Contexto, 2006.

Apresentação da Obra:
            O texto busca mostrar toda variação lingüística desenvolvida no Brasil desde o surgimento da escrita, como as palavras surgiram e ao decorrer como se transformaram, mostrando que muito do que hoje é considerado “errado”, “feio”, um dia já foi o certo.
            Além disto ele aborda de maneira simples e objetivas as regras do português padrão, como surgiram, e porque elas passaram a ser exigidas.
            O texto tenta mostrar que o português não padrão não é tão vulgar quanto parece aos nossos ouvidos, pois ele trata o português não padrão como uma língua não errada, pois são diversas as regiões e pessoas que o usam no seu dia-dia, o que como o autor comenta – “Erro comum, ou acerto comum!”, trata isso como uma língua nova e não como uma língua errada, que é o que os conservadores pregam.

Descrição da Obra:
            O livro é dividido em 22 capítulos, o foco narrativo é o de dialogo; e o livro possui na versão original aproximadamente 215 páginas e a versão a nos apresentadas possui 250.
             Descrição breve das tratativas de cada capitulo:
Cap. 1 e 2: introdução ao livro, e seus objetivos.
Cap. 3: Que língua é essa? – o mito e a realidade; o errado e o diferente; o eu e o outro;
Cap. 4: Um “probrema” sem a menor graça – rotacização do L nos encontros consonantais;
Cap. 5: Uma língua enxuta – eliminação das marcas de plural redundantes;
Cap. 6: Liberdade, fraternidade e igualdade – transformação de LH em I;
Cap. 7: Verbo, para que te quero? – simplificação das conjugações verbais;
Cap. 8: E agora, com vocês a assimilação! – transformação de ND em N e de MB em M;
Cap. 9: Sodade, meu bem, sodade – redução do ditongo Ou e O;
Cap. 10: Beijo rima com desejo – redução do ditongo EL em E;
Cap. 11: Música, maestro – redução de E e O, átonos pretônicos;
Cap. 12: Que coisa mais esdrúxula! – contração das proparoxítonas em paroxítonas
Cap. 13: Quem era o home que eu via onte na garage? – desanalização das vogais postônicas;
Cap. 14: Quem não se alembra de Camões? – arcaísmos no português do Brasil;
Cap. 15: Aceita-se roupas novas – função da partícula SE como verdadeiro sujeito da oração;
Cap. 16: A bruxa esta a solta – fenômenos decorrentes da analogia;
Cap. 17: A fôrma, a norma e o funil – mudança, variação e problemas no ensino da língua;
Cap. 18: Índio sim, com muito orgulho – uso do pronome MIM como sujeito de infinitivos;
Cap. 19, 20 e 21: Trabalhando o estudado no livro, despedida e considerações finais;
Cap. 22: Com a palavra o autor, e sugestões de leitura;

Resenha:

            Silvia, Vera e Emilia chegam a Atibaia e logo Silvia e Emilia estranham a calmaria do lugar, o ar puro, e dizem que não agüentaram por muito tempo.
            Em seguida pegam o taxi em direção a casa da D. Irene, tia de Vera, viúva, que mora com Eulália, uma senhora simples que foi sua empregada e passou à amiga, isso já tem vinte anos, logo que chegam no taxi mesmo,  as amigas de Vera, ficam sabendo do bonito trabalho que Irene faz na cidade, ensina as pessoas pobres da região a ler e escrever.
            Irene uma professora aposentada ao observar como Eulália fala, decide escrever um livro sobre as diversidades da língua brasileira e principalmente seus preconceitos, ela passa a estudar o assunto e descobre que quem fala “probrema”, “fósfro”, “ingrês”, não esta falando errado e sim diferente, percebe ainda que não são poucos os que falam dessa forma, aprofundando-se ainda mais nessa pesquisa consegue ver que essas características estão muito próximas de falas de nossos antepassados e colonizadores, mas que os longo dos anos foram sendo modificadas pelos conservadores da chamada norma padrão.
            Quando chegam a casa de Irene logo surge o assunto sobre o modo “errado” como Eulália fala, e é claro também os risos de Emilia, a mais levada da turma. Ai então que Irene vê a oportunidade de mostrar seus estudos as meninas, e conta a elas o que ela busca com essa pesquisa, foi daí em diante que as férias começaram a ser um intensivo de estudos, pois elas passaram a questionar Irene sobre suas pesquisas, e descobrem que as pesquisas de Irene são muito boas.
            Todas as noites elas se encontravam na “escolinha” criada por Irene para ensinar as pessoas carentes do local, e iam noite a dentro falando sobre esses métodos.
            Quando foram embora, no dia da despedida Irene contou as meninas que pretendia dedicar o livro a elas, e também a Eulália, pondo o titulo do livro como A língua de Eulália.




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