UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL
CENTRO DE EDUCAÇÃO ABERTA E A DISTÂNCIA
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA – EaD
Relatório de Estágio
(Re) Descobrindo a Educação Infantil
ANA PAULA MACHADO
Sapucaia do Sul, 2013
Ana Paula Machado
(Re)Descobrindo a Educação Infantil
|
Supervisor do
Estágio CLPD: Lilian Lorenzato
Supervisor do Estágio
Escola: Jaqueline Rosane de Borba de Moraes
Sapucaia do Sul, 2013
Equipe docente responsável:
Professores a distância: Emilia Cristina Rodrigues Teixeira e Lilian Rodrigues Corrêa
Professores presenciais: Joelma Guimarães
e Marta Rejane da Luz Fernandes
Professor formador: Cristiane Peres
de Vasconcellos
Resumo
Este trabalho tem como
objetivo clarear as ideias e a percepção sobre a Educação Infantil, trazendo relatos da
Prática Docente, realizada na Escola Municipal de Educação Infantil Dalila da
Silveira Oliveira, em Sapucaia do Sul-RS, com a turma Maternal IA, que contava com
dezoito crianças numa faixa etária média de dois anos e meio.
A ideia principal deste
relatório é identificar o que diferencia esta etapa de ensino e suas
características. E também mostrar como ocorre o trabalho do professor e a
aprendizagem dos alunos neste nível de ensino, assim como as reflexões após a
conclusão das aulas.
Palavras-chave: Educação
Infantil; Escola; Professor; Processo de Ensino; Aprendizagem.
SUMÁRIO
Apresentação .....................................................................................................6
1 ETAPA DE ENSINO
........................................................................................7
1.1
As especificidades da educação Infantil ..............................................7
1.2 A avaliação
..........................................................................................7
1.3 O currículo
...........................................................................................8
1.4 Os espaços ..........................................................................................9
1.5 O tempo
.............................................................................................10
1.6 Os materiais
.......................................................................................10
1.7 O planejamento
..................................................................................11
1.8 A rotina
...............................................................................................12
1.9 O papel do professor
..........................................................................13
2 O PROCESSO DE ENSINO
..........................................................................14
3 APRENDIZAGEM DOS ALUNOS
..................................................................15
4 TRABALHO DOCENTE
.................................................................................16
Conclusão
.........................................................................................................17
Referências Bibliográficas ................................................................................18
Apresentação
A organização deste relatório
se dá, primeiramente, com as observações, reflexões e leituras sobre o
funcionamento diferenciado deste nível de ensino que é a Educação Infantil.
Assim como ocorre a avaliação e o planejamento, o desenvolvimento do currículo,
a administração dos espaços e dos materiais, a organização do tempo e da rotina
e o papel do professor e o seu trabalho. Após, destaca-se o processo de ensino
e a aprendizagem dos alunos durante Prática Docente realizada em uma escola de
Educação Infantil Municipal.
A intenção do trabalho é
descobrir como funciona uma escola de educação infantil, sob diversos aspectos,
sem preconceitos e esclarecendo alguns itens com base em referenciais teóricos
de autores que abordam sobre o assunto.
1 Etapa de ensino
1.1 As especificidades da educação Infantil
A Educação Infantil é a primeira etapa da Educação
Básica, abrangendo as crianças de zero a cinco anos de idade. Tem como objetivo
o desenvolvimento integral da criança de zero a cinco anos de idade em seus
aspectos físico, afetivo, intelectual, linguístico e social, complementando a
ação da família e da comunidade (Lei nº 9.394/96, art. 29). Deve levar em conta
as formas como as crianças, nesse momento de suas vidas, vivenciam o mundo,
constroem conhecimentos, expressam-se, interagem e manifestam desejos e
curiosidades.
São muitas as
características que esta etapa de ensino se distingue de outras. Segundo Bassedas
(1999), os principais traços característicos da etapa são:
-Não é obrigatória;
-Relação com a família deve ser forte;
-As mudanças que produzem nos alunos são grandes e
podem ser determinantes no sucesso posterior de toda a escolarização;
-A escola não somente guarda as crianças.
Paralelamente à função social, ela educa, desenvolvendo ao máximo, as
capacidades dos alunos.
E, ainda, as grandes finalidades da etapa são:
-Potenciar e favorecer o desenvolvimento máximo de
todas as capacidades, respeitando a diversidade e as possibilidades dos
diferentes alunos;
-Compensar as desigualdades sociais e culturais;
-Preparar para um bom acompanhamento da
escolaridade obrigatória.
1.2 A
avaliação
Todos os tipos de conteúdos em relação a todas as
capacidades que são necessárias que se desenvolvam devem ser avaliados na
educação infantil. A avaliação, para Bassedas (1999), “deve ser através da
análise e da observação do grau de alcance dos objetivos previstos para a
situação”.
Em todos os momentos do processo de aprendizagem se
deve avaliar e também ao concluir uma etapa educativa. A avaliação deve ser
sistemática e continuada.
Mas, como avaliar? Bassedas (1999) indica a estratégia principal
na educação infantil: a observação. E ainda completa: “É preciso usar
instrumentos adequados: escalas de observação, entrevistas, conversas,
atividades, diário, folhas de registros das observações, observações externas,
meios audiovisuais, produções das crianças, jogos, etc. Também é preciso dar
informações às pessoas interessadas sobre as decisões extraídas a partir da
avaliação”.
Na EMEI Dalila a avaliação acontece diariamente. As
professoras acompanham e observam atentamente seus alunos quanto ao
desenvolvimento motor, psíquico e social. Os educadores tentam, a partir deste
diagnóstico, trabalhar de forma adequada para que as dificuldades das crianças sejam
sanadas.
1.3 O
currículo
Enquanto o currículo nos demais níveis de educação
ordena-se e organiza-se em torno de áreas curriculares, na educação infantil, segundo
Bassedas (1999), os conteúdos são âmbitos de experiência muito próxima da
criança:
-A descoberta de si mesma: construção da identidade
e da auto-estima; aquisição de hábitos de saúde, higiene e nutrição;
conhecimento e exploração do próprio corpo; movimento.
-A descoberta do meio social e natural:
conhecimento e exploração dos ambientes e meios; estudo dos seres vivos;
relação e interação com outras pessoas.
-A intercomunicação e as linguagens: interação,
comunicação e representação; expressão
do pensamento, dos sentimentos e das vivências. A música, a plástica, a
linguagem matemática, a linguagem corporal e a linguagem verbal são veículos ou
instrumentos para a representação da realidade.
São assuntos que podem ser trabalhados de diversas maneiras
e formas. Usando sua criatividade, o professor consegue criar e desenvolver
atividades que contemplem em todos os aspectos o desenvolvimento pleno dos
alunos, usando técnicas interessantes, que façam sentido para a criança.
1.4 Os espaços
O diferencial das escolas de educação infantil
municipais em Sapucaia do Sul, comparando com as particulares, é o espaço
físico. Elas foram construídas para este fim. Uma vez que as pagas são apenas
tentativas de adaptações de casas residenciais, passando ao longe do ideal para
receber crianças. A EMEI Dalila não tem degraus, tem pátio amplo, refeitório,
banheiro/fraldário em todas salas, com vasos sanitários e pias adaptados.
Enfim, a obra foi pensada para ofertar às crianças que ali frequentam um
ambiente sem riscos e projetado para o seu
conforto.
Bassedas (1999) nos diz que “ainda que não seja uma
condição determinante, o espaço e a sua organização têm grande influência no
bem-estar dos profissionais e, ainda mais, das crianças pequenas.” Se o espaço
não for adequado, “vai gerar apatia, agressividade, nervosismo e uma sensação
de incômodo nas crianças”. É muito importante cuidar do aspecto e do ambiente
do espaço físico. Deve-se criar uma sensação de lugar acolhedor, vivo, colocando-se
no lugar das crianças.
Ainda para Bassedas (1999), “a disposição espacial
tem uma certa importância, pois deve ter como objetivo oferecer um espaço
cômodo e agradável às crianças, procurando aproveitá-lo ao máximo”. Mas o autor
ressalta que “deve-se ficar atento e prever um certo grau de flexibilidade que
permita modificações”.
Se um móvel foi projetado para ficar em um lugar na
sala e depois se percebeu uma inadequação, é prudente remodular o ambiente para
que este seja melhor aproveitado. As reflexões quanto ao espaço são necessárias
e as mudanças são permitidas.
Na literatura de Zabalza (1998) ele ainda completa,
citando que “a educação infantil possui características muito peculiares no que
se refere à organização dos espaços: precisa de espaços amplos, bem
diferenciados, de fácil acesso e especializados”, ou seja, que são facilmente
identificáveis pelas crianças tanto do ponto de vista da sua função como das
atividades que se realizam nos mesmos. Tudo isto é visto e reconhecido pelas
crianças da EMEI Dalila: no pátio grande elas brincam e correm muito e no
refeitório não há bagunça e todos sentam calmamente aguardando a refeição.
1.5 O tempo
O tempo na educação infantil é um assunto que se
destaca, pois não dá para impor um limite de horas ou minutos a uma criança.
Bassedas (1999) nos coloca que “desde que chega à
escola (...), ao final do período, os profissionais da escola precisam
organizar a sua intervenção para ajudar a criança a sentir-se à vontade e para
favorecer o seu desenvolvimento e sua aprendizagem”.
É com muita paciência e dedicação que os
profissionais da EMEI Dalila lidam com os tempos individuais dos alunos.
Para Rapoport (2012), “o
conflito entre a programação de tempo de uma criança e a dos adultos que lidam
com ela é muitas vezes uma zona de atrito. (...) A lentidão é uma
característica da infância. (...) A criança pode levar anos para acabar de
comer, para vestir a roupa, guardar brinquedos ou atender a um chamado.” E
assim, nesta escola, existe o respeito ao tempo e a ajuda para realizar as refeições. Assim como ensinam as
crianças a se vestirem e dão tempo para que guardem os brinquedos.
1.6 Os
materiais
Na sala do Maternal IA da EMEI Dalila, os materiais
ficam em uma estante baixa e os alunos conseguem alcançá-los, mas nem sempre é
permitido a eles que os peguem.
Para Bassedas (1999), “materiais são todos aqueles
recursos que possam ser utilizados na sala de aula com uma finalidade educativa”.
São os livros de histórias, brinquedos, jogos, papéis e lápis, giz ou caneta,
fantoches e fantasias. Enfim, tudo que o professor dispõe para usar como apoio
na sua prática educativa.
Conforme Bassedas (1999), “o material presente na
sala dependerá da idade das crianças e dos objetivos educativos estabelecidos”.
Ele também coloca que é conveniente que o material esteja ao alcance do aluno,
mas não é preciso que esteja sempre à sua disposição. E ainda ressalta que “é
preciso que as crianças colaborem na conservação do material para aprender a
tratá-lo bem”. Não adianta dispor de muitos recursos se não é usado ou se as
crianças não souberem ou conseguirem tirar algo de proveito do material.
Nas paredes da sala de aula do Maternal há o mural
dos aniversariantes e um outro de jardim. Uma das paredes possui ganchos para
pendurar as mochilas. Na outra um espelho grande. Também as escovas de dente
ficam na parede, no que chamam de “escovário”. Na estante ficam os brinquedos e
jogos e na prateleira os materiais de colorir (lápis, pincéis e giz de cera).
Segundo Zabalza (1998), “uma sala de aula de
educação infantil deve ser, antes de mais nada, um cenário muito estimulante,
capaz de facilitar e sugerir múltiplas possibilidades de ação”.
Ela deve ser repleta de estímulos adequados à faixa
etária das crianças que frequentam aquela sala e, ao mesmo tempo, não pode
deixar-se perder entre tantas possibilidades de exposições ou inadequados
conteúdos que servem meramente como enfeite.
1.7 O planejamento
É clara a necessidade de planejar neste ou em
qualquer outro nível de ensino. Um dos princípios do planejamento é ter
respeito e atenção à diversidade, refletindo sobre o que se pretende.
Segundo Vasconcellos (2000) o conceito de planejar é exposto da seguinte
maneira: “Planejar é antecipar mentalmente uma ação ou um conjunto de ações a
ser realizadas e agir de acordo com o previsto. Planejar não é, pois, apenas
algo que se faz antes de agir, mas é também agir em função daquilo que se
pensa”.
Planejar o conteúdo a ser
aplicado durante o ano letivo é uma tarefa que envolve tanto professores quanto
diretores e coordenadores pedagógicos, enfim, todos os profissionais voltados
para a área da educação que pertencem à escola. O planejamento curricular visa,
sobretudo, a ser funcional, promovendo não só a aprendizagem do conteúdo, mas
também promovendo condições favoráveis a aplicação e integração desses
conhecimentos.
Para Bassedas (1999), planejar “permite tornar
consciente a intencionalidade que preside a intervenção; permite prever as
condições mais adequadas para alcançar os objetivos propostos; e permite dispor
de critérios para regular todo o processo”. E ainda, “o fato de planejar e
programar a ação educativa é um instrumento para fazê-la mais reflexiva e
fundamentada, mais suscetível de ser analisada e melhorada”.
Enfim, planejar é trabalhar para colocar em prática
as ideias propostas, pensando e refletindo quanto ao objetivo de cada ação.
1.8 A rotina
O dia-a-dia na EMEI Dalila é baseado na rotina.
Seus alunos estão seguros e sabem o que vai acontecer durante o dia.
A literatura de Bassedas (1999) nos traz que “a
palavra rotina tem, no seu sentido habitual, um caráter pejorativo, porque nos
faz pensar em conduta mecânica”. Mas não é isto. Rotina está no sentido de que as
atividades que se realizam a cada dia estão dispostas em uma maneira estável.
Essas atividades são muito importantes do ponto de vista do desenvolvimento.
Para Bassedas (1999), “durante os três primeiros
anos, utiliza-se muito tempo na troca de fraldas, no acompanhamento das
crianças ao banheiro, dando-lhes as refeições ou ajudando-as para que comam
sozinhas, colocando para dormir”. E é assim que ocorre na turma Maternal IA,
pois os alunos possuem uma média de dois anos e meio de idade e alguns ainda
usam fraldas. “Nesses cuidados ocorrem os processos interativos
educador-criança, pois estas atividades são claramente educativas. À medida que
as interações entre a pessoa adulta e a criança forem positivas, a criança
adquire uma autonomia progressiva na sua realização.”
A professora titular da turma, em uma de nossas
conversas, expos que comer juntamente com os alunos e trocar as fraldas são
momentos pedagógicos preciosos.
Ainda citando Bassedas (1999), “nessa idade é
necessário uma certa regularidade na organização do tempo e da jornada, porque
as crianças começam a orientar-se com relação a determinadas situações que se
repetem a cada dia (...). As atividades
sucedem-se normalmente na mesma ordem e isso faz com que as crianças
sintam-se seguras e confiantes”. A rotina da turma Maternal IA é bem regular e
as crianças já se acostumaram a ela.
1.9 O papel
do professor
Na
EMEI Dalila o diálogo é sempre frequente com as crianças e as atividades
realizadas são muito diversificadas.
Segundo
Feitosa (2009), as “atividades realizadas pelo professor de brincar com a
criança, contar-lhe histórias, conversar, promovem o desenvolvimento da
capacidade infantil de conhecer o mundo e a si mesmo, sua autoconfiança, a
formação de motivos e interesses pessoais”.
Sendo assim, o papel do professor se intensifica em
sua importância, realizando suas atividades corretamente e atentamente, pois é
ele que dá suporte para todo o processo de desenvolvimento da criança.
Para Bassedas (1999), “a professora titular
ocupa-se da relação e colaboração com as famílias (...). Também é responsável
pela ação educativa com o seu grupo, que deverá planejar, realizar e avaliar,
considerando a sua tarefa e a evolução das crianças que estão sob sua
responsabilidade”.
O professor deve usar
atividades dinâmicas que envolvam
conteúdo e prática, como histórias, músicas, jogos, saídas de campo...
Para Libâneo (1994) “o professor
serve, de um lado, dos conhecimentos do processo didático e das metodologias
específicas das matérias e, de outro, da sua própria experiência prática”.
Unindo a didática e a
afetividade em suas aulas, o professor de educação infantil consegue garantir,
em sua plenitude, o envolvimento do aluno às suas atividades, propiciando-lhes
novas descobertas.
2 O
processo de ensino
O planejamento durante o estágio em educação
infantil ocorreu normalmente, salvo pequenas adaptações diárias. O tempo que
cada criança exige para a realização das tarefas foi algo que muito me chamou a
atenção, pois a paciência dos educadores de educação infantil deve ser maior. A
partir da relação direta com os alunos Bassedas (1999) nos traz “a
individualização, no sentido de estabelecer uma relação pessoal e ajustada com
cada criança”, sendo este, um elemento imprescindível da prática educativa.
No primeiro dia de
observação fui buscando conhecer melhor os alunos, identificando seus nomes e
suas características individuais. Cada aluno recebeu a nova professora de uma
maneira única: fizeram-se indiferentes, outros curiosos, alguns receosos. Mas
ganhei um abraço coletivo bem apertado na hora da despedida e vários “-Não vai
‘embola’”. Foi lindo. Uma experiência única, inesquecível e, sobretudo
enriquecedora.
Para atender um pedido da
professora titular, pensando nas famílias que deixam a desejar quanto à higiene
das crianças, foi desenvolvida a atividade de construção de sabonetes e
imitação de um banho. Senti realmente a necessidade de trabalhar este assunto,
a fim de incentivar os alunos a pedirem pelo banho diário em casa, diante de
uma situação espantadora em que alguns cheiravam mal e vestiam durante dias a
mesma roupa.
Fascinante foi observar os
olhinhos das crianças fixos nas figuras de um livro. Ouvir histórias deixa-as
felizes! Parecem entrar naquele mundo porque vivem aquela emoção.
Quanto às crianças adorarem as histórias, Rapoport
(2012) diz que “na faixa etária dos dois aos três anos, os momentos
de faz de conta e de histórias, pouco a pouco, vão ganhando a atenção e a
concentração das crianças.”
Penso que fiz uma boa escolha levando histórias em
diversas aulas. Os alunos gostaram e participaram muito. Eles mostraram sua
fascinação a este mundo fictício.
3 Aprendizagem
dos alunos
É fundamental fazer um acompanhamento
individualizado de cada aluno e analisar o progresso individual de cada
criança. Cada uma delas possuem características próprias de sua criação,
personalidade e amadurecimento. Para Bassedas (1999) “é preciso
observar, escutar o que as crianças dizem”.
Mesmo assim um sentimento de
impotência toma conta quando se vê uma criança caindo, brincando sozinha ou com
a fralda cheia de urina vazando. Em vista disto, Zabalza (1998) nos faz
refletir em “pensar que é possível dar atenção a cada criança de maneira
separada durante todo o tempo é uma fantasia”. E infelizmente, mesmo
esforçando-me para estar atenta a todas as dezoito crianças, alguns fatos
passam despercebidos e sentia-me culpada por não ter notado ou ajudado elas.
Durante o estágio a
atividade mais difícil foi uma sobre cores e formas geométricas, pois as
crianças não reconheciam as cores. Por também não conseguirem desenhar as
formas geométricas, tive que fazê-las para que elas colorissem. O desenho de um
trem com as formas geométricas que propus que pintassem foi somente rabiscado.
Apenas dois alunos coloriram as formas presentes no desenho com as cores
solicitadas.
4 Trabalho
docente
Para que o trabalho do
professor tenha êxito, alguns itens devem ser pensados com o objetivo de
qualificar as atividades que enriqueçam o aluno e promovam o seu
desenvolvimento.
Para que o processo de
aprendizagem aconteça de fato, Bassedas (1999) cita o primeiro aliado: “Um
planejamento coerente proporciona segurança e tranquilidade ao educador, mas
também proporciona segurança aos pequenos, os quais necessitam de pautas e
parâmetros claros, dentro dos quais possam desenvolver sua atividade.”
O papel das instituições está relacionado com
a promoção do adequado desenvolvimento dessas crianças sob sua
responsabilidade. Baseia-se, principalmente, em três fatores: 1) estabelecer
uma relação de afeto e confiança com a criança; 2) estar sempre atento,
disponível e interessado no que ela está fazendo ou dizendo e; 3) propor
situações que se fundamentem em seu momento evolutivo, através da observação de
seus interesses e necessidades (UNESCO, 2005). E destaca-se “a importância das
ações das crianças sobre o mundo como forma de aprendê-lo”
A maneira que encontrei de
total interação com as crianças foi na pracinha. Lá era o momento de correr e embalar
os balanços e o gira-gira, atendendo seus pedidos e tendo contato com suas
mãozinhas e rostos.
A disponibilidade e
aproximação da professora na relação com as crianças, segundo Redin (2012), “se
traduz na relação afetiva que se dá pelo contato corpo a corpo, em atitudes
como sentar-se no chão para brincar com elas ou acompanhar suas brincadeiras.”
O professor precisa ter e
manter em foco os seus objetivos e adequar seu espaço e rotina conforme a faixa
etária, a interação e as necessidades de seus alunos. Mas, principalmente,
conhecer a realidade da comunidade, do entorno de sua escola, além de perceber
e identificar os conflitos pessoais de cada criança a partir da observação e da
comunicação diária com as famílias.
Conclusão
O relatório de Prática
Docente em Educação Infantil veio complementar o conhecimento já adquirido em
estudos anteriores no CLPD e também sanar dúvidas, perante a leitura atenta e
minuciosa de diversas obras sobre o assunto.
A conduta do professor com
alunos deste nível de ensino deve ser diferenciada, uma vez que educar deve estar associado ao cuidar, resultando em
sensibilidade e delicadeza no trato de cada criança, assegurando atenção especial
conforme as necessidades dos pequenos.
O
respeito à criança e a não violação de seus direitos como cidadãs reflete num
aprendizado único, planejado de modo que suas vivências sejam reconhecidas e o
seu conhecimento cada vez mais ampliado, sendo construído paralelamente a seu
desenvolvimento físico e mental.
Referências Bibliográficas
BASSEDAS, Eulália; HUGUET, Tersa; SOLÉ, Isabel.
Aprender e ensinar na educação infantil. Porto Alegre: Artes Médicas,
1999.
Diretrizes e Bases
da Educação Nacional, (Brasília) MEC.
FEITOSA, Raimundo
Moacir Mendes. Revisão das Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação Infantil. Ministério da educação/ Conselho nacional de
educação. Brasília, 2009.
Legislação,
políticas e influências pedagógicas na Educação Infantil.
Brasília: UNESCO, Banco Mundial, Fundação Maurício Sitotsky Sobrinho, 2005.
LIBÂNEO, José
Carlos. Didática. São Paulo: Editora
Cortez. 1994.
RAPOPORT , Andrea... [et al.]. O dia a dia na educação infantil. Porto
Alegre: Mediação, 2012.
REDIN, Marita Martins... [et al.]. Planejamento, práticas e projetos
pedagógicos na Educação Infantil. Porto Alegre: Mediação, 2012.
VASCONCELLOS, Celso dos S. Planejamento Projeto de Ensino- Aprendizagem e Projeto
Político-Pedagógico. Ladermos Libertad-1. 7º Ed. São Paulo, 2000.
ZABALZA, Miguel A. Qualidade em educação infantil. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
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