segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Artigo prática docente em educação infantil



UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL
CENTRO DE EDUCAÇÃO ABERTA E A DISTÂNCIA
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA – EaD












Relatório de Estágio





(Re) Descobrindo a Educação Infantil








ANA PAULA MACHADO











Sapucaia do Sul, 2013

                                                   





Ana Paula Machado









(Re)Descobrindo a Educação Infantil


         
                                                           







Relatório de Prática Docente I apresentado ao Curso de Licenciatura em Pedagogia- UFPel/UAB, como requisito à conclusão do Estágio Supervisionado de Educação Infantil
 
 







                                          





                                  Supervisor do Estágio CLPD: Lilian Lorenzato
Supervisor do Estágio Escola: Jaqueline Rosane de Borba de Moraes

                                         





Sapucaia do Sul, 2013












































Equipe docente responsável:


Professores a distância: Emilia Cristina Rodrigues Teixeira e Lilian Rodrigues Corrêa

Professores presenciais: Joelma Guimarães e Marta Rejane da Luz Fernandes

Professor formador: Cristiane Peres de Vasconcellos





Resumo
Este trabalho tem como objetivo clarear as ideias e a percepção sobre a  Educação Infantil, trazendo relatos da Prática Docente, realizada na Escola Municipal de Educação Infantil Dalila da Silveira Oliveira, em Sapucaia do Sul-RS, com a turma Maternal IA, que contava com dezoito crianças numa faixa etária média de dois anos e meio.
A ideia principal deste relatório é identificar o que diferencia esta etapa de ensino e suas características. E também mostrar como ocorre o trabalho do professor e a aprendizagem dos alunos neste nível de ensino, assim como as reflexões após a conclusão das aulas.



Palavras-chave: Educação Infantil; Escola; Professor; Processo de Ensino; Aprendizagem.


SUMÁRIO

Apresentação .....................................................................................................6
1 ETAPA DE ENSINO ........................................................................................7
1.1 As especificidades da educação Infantil ..............................................7
1.2 A avaliação ..........................................................................................7
1.3 O currículo ...........................................................................................8
1.4 Os espaços ..........................................................................................9
1.5 O tempo .............................................................................................10
1.6 Os materiais .......................................................................................10
1.7 O planejamento ..................................................................................11
1.8 A rotina ...............................................................................................12
1.9 O papel do professor ..........................................................................13
2 O PROCESSO DE ENSINO ..........................................................................14
3 APRENDIZAGEM DOS ALUNOS ..................................................................15
4 TRABALHO DOCENTE .................................................................................16
Conclusão .........................................................................................................17
Referências Bibliográficas ................................................................................18



Apresentação
A organização deste relatório se dá, primeiramente, com as observações, reflexões e leituras sobre o funcionamento diferenciado deste nível de ensino que é a Educação Infantil. Assim como ocorre a avaliação e o planejamento, o desenvolvimento do currículo, a administração dos espaços e dos materiais, a organização do tempo e da rotina e o papel do professor e o seu trabalho. Após, destaca-se o processo de ensino e a aprendizagem dos alunos durante Prática Docente realizada em uma escola de Educação Infantil Municipal.
A intenção do trabalho é descobrir como funciona uma escola de educação infantil, sob diversos aspectos, sem preconceitos e esclarecendo alguns itens com base em referenciais teóricos de autores que abordam sobre o assunto.

1 Etapa de ensino

1.1 As especificidades da educação Infantil
A Educação Infantil é a primeira etapa da Educação Básica, abrangendo as crianças de zero a cinco anos de idade. Tem como objetivo o desenvolvimento integral da criança de zero a cinco anos de idade em seus aspectos físico, afetivo, intelectual, linguístico e social, complementando a ação da família e da comunidade (Lei nº 9.394/96, art. 29). Deve levar em conta as formas como as crianças, nesse momento de suas vidas, vivenciam o mundo, constroem conhecimentos, expressam-se, interagem e manifestam desejos e curiosidades.
São muitas as características que esta etapa de ensino se distingue de outras. Segundo Bassedas (1999), os principais traços característicos da etapa são:
-Não é obrigatória;
-Relação com a família deve ser forte;
-As mudanças que produzem nos alunos são grandes e podem ser determinantes no sucesso posterior de toda a escolarização;
-A escola não somente guarda as crianças. Paralelamente à função social, ela educa, desenvolvendo ao máximo, as capacidades dos alunos.
E, ainda, as grandes finalidades da etapa são:
-Potenciar e favorecer o desenvolvimento máximo de todas as capacidades, respeitando a diversidade e as possibilidades dos diferentes alunos;
-Compensar as desigualdades sociais e culturais;
-Preparar para um bom acompanhamento da escolaridade obrigatória.

1.2 A avaliação
Todos os tipos de conteúdos em relação a todas as capacidades que são necessárias que se desenvolvam devem ser avaliados na educação infantil. A avaliação, para Bassedas (1999), “deve ser através da análise e da observação do grau de alcance dos objetivos previstos para a situação”.
Em todos os momentos do processo de aprendizagem se deve avaliar e também ao concluir uma etapa educativa. A avaliação deve ser sistemática e continuada.
Mas, como avaliar?  Bassedas (1999) indica a estratégia principal na educação infantil: a observação. E ainda completa: “É preciso usar instrumentos adequados: escalas de observação, entrevistas, conversas, atividades, diário, folhas de registros das observações, observações externas, meios audiovisuais, produções das crianças, jogos, etc. Também é preciso dar informações às pessoas interessadas sobre as decisões extraídas a partir da avaliação”.
Na EMEI Dalila a avaliação acontece diariamente. As professoras acompanham e observam atentamente seus alunos quanto ao desenvolvimento motor, psíquico e social. Os educadores tentam, a partir deste diagnóstico, trabalhar de forma adequada para que as dificuldades das crianças sejam sanadas.

1.3 O currículo
Enquanto o currículo nos demais níveis de educação ordena-se e organiza-se em torno de áreas curriculares, na educação infantil, segundo Bassedas (1999), os conteúdos são âmbitos de experiência muito próxima da criança:
-A descoberta de si mesma: construção da identidade e da auto-estima; aquisição de hábitos de saúde, higiene e nutrição; conhecimento e exploração do próprio corpo; movimento.
-A descoberta do meio social e natural: conhecimento e exploração dos ambientes e meios; estudo dos seres vivos; relação e interação com outras pessoas.
-A intercomunicação e as linguagens: interação, comunicação e  representação; expressão do pensamento, dos sentimentos e das vivências. A música, a plástica, a linguagem matemática, a linguagem corporal e a linguagem verbal são veículos ou instrumentos para a representação da realidade.
São assuntos que podem ser trabalhados de diversas maneiras e formas. Usando sua criatividade, o professor consegue criar e desenvolver atividades que contemplem em todos os aspectos o desenvolvimento pleno dos alunos, usando técnicas interessantes, que façam sentido para a criança.

1.4 Os espaços
O diferencial das escolas de educação infantil municipais em Sapucaia do Sul, comparando com as particulares, é o espaço físico. Elas foram construídas para este fim. Uma vez que as pagas são apenas tentativas de adaptações de casas residenciais, passando ao longe do ideal para receber crianças. A EMEI Dalila não tem degraus, tem pátio amplo, refeitório, banheiro/fraldário em todas salas, com vasos sanitários e pias adaptados. Enfim, a obra foi pensada para ofertar às crianças que ali frequentam um ambiente sem riscos e projetado para o seu conforto.
Bassedas (1999) nos diz que “ainda que não seja uma condição determinante, o espaço e a sua organização têm grande influência no bem-estar dos profissionais e, ainda mais, das crianças pequenas.” Se o espaço não for adequado, “vai gerar apatia, agressividade, nervosismo e uma sensação de incômodo nas crianças”. É muito importante cuidar do aspecto e do ambiente do espaço físico. Deve-se criar uma sensação de lugar acolhedor, vivo, colocando-se no lugar das crianças.
Ainda para Bassedas (1999), “a disposição espacial tem uma certa importância, pois deve ter como objetivo oferecer um espaço cômodo e agradável às crianças, procurando aproveitá-lo ao máximo”. Mas o autor ressalta que “deve-se ficar atento e prever um certo grau de flexibilidade que permita modificações”.
Se um móvel foi projetado para ficar em um lugar na sala e depois se percebeu uma inadequação, é prudente remodular o ambiente para que este seja melhor aproveitado. As reflexões quanto ao espaço são necessárias e as mudanças são permitidas.
Na literatura de Zabalza (1998) ele ainda completa, citando que “a educação infantil possui características muito peculiares no que se refere à organização dos espaços: precisa de espaços amplos, bem diferenciados, de fácil acesso e especializados”, ou seja, que são facilmente identificáveis pelas crianças tanto do ponto de vista da sua função como das atividades que se realizam nos mesmos. Tudo isto é visto e reconhecido pelas crianças da EMEI Dalila: no pátio grande elas brincam e correm muito e no refeitório não há bagunça e todos sentam calmamente aguardando a refeição.

1.5 O tempo
O tempo na educação infantil é um assunto que se destaca, pois não dá para impor um limite de horas ou minutos a uma criança.
Bassedas (1999) nos coloca que “desde que chega à escola (...), ao final do período, os profissionais da escola precisam organizar a sua intervenção para ajudar a criança a sentir-se à vontade e para favorecer o seu desenvolvimento e sua aprendizagem”.
É com muita paciência e dedicação que os profissionais da EMEI Dalila lidam com os tempos individuais dos alunos.
Para Rapoport (2012), “o conflito entre a programação de tempo de uma criança e a dos adultos que lidam com ela é muitas vezes uma zona de atrito. (...) A lentidão é uma característica da infância. (...) A criança pode levar anos para acabar de comer, para vestir a roupa, guardar brinquedos ou atender a um chamado.” E assim, nesta escola, existe o respeito ao tempo e a ajuda para  realizar as refeições. Assim como ensinam as crianças a se vestirem e dão tempo para que guardem os brinquedos.

1.6 Os materiais
Na sala do Maternal IA da EMEI Dalila, os materiais ficam em uma estante baixa e os alunos conseguem alcançá-los, mas nem sempre é permitido a eles que os peguem.
Para Bassedas (1999), “materiais são todos aqueles recursos que possam ser utilizados na sala de aula com uma finalidade educativa”. São os livros de histórias, brinquedos, jogos, papéis e lápis, giz ou caneta, fantoches e fantasias. Enfim, tudo que o professor dispõe para usar como apoio na sua prática educativa.
Conforme Bassedas (1999), “o material presente na sala dependerá da idade das crianças e dos objetivos educativos estabelecidos”. Ele também coloca que é conveniente que o material esteja ao alcance do aluno, mas não é preciso que esteja sempre à sua disposição. E ainda ressalta que “é preciso que as crianças colaborem na conservação do material para aprender a tratá-lo bem”. Não adianta dispor de muitos recursos se não é usado ou se as crianças não souberem ou conseguirem tirar algo de proveito do material.
Nas paredes da sala de aula do Maternal há o mural dos aniversariantes e um outro de jardim. Uma das paredes possui ganchos para pendurar as mochilas. Na outra um espelho grande. Também as escovas de dente ficam na parede, no que chamam de “escovário”. Na estante ficam os brinquedos e jogos e na prateleira os materiais de colorir (lápis, pincéis e giz de cera).
Segundo Zabalza (1998), “uma sala de aula de educação infantil deve ser, antes de mais nada, um cenário muito estimulante, capaz de facilitar e sugerir múltiplas possibilidades de ação”.
Ela deve ser repleta de estímulos adequados à faixa etária das crianças que frequentam aquela sala e, ao mesmo tempo, não pode deixar-se perder entre tantas possibilidades de exposições ou inadequados conteúdos que servem meramente como enfeite.

1.7 O planejamento
É clara a necessidade de planejar neste ou em qualquer outro nível de ensino. Um dos princípios do planejamento é ter respeito e atenção à diversidade, refletindo sobre o que se pretende.
 Segundo Vasconcellos (2000) o conceito de planejar é exposto da seguinte maneira: “Planejar é antecipar mentalmente uma ação ou um conjunto de ações a ser realizadas e agir de acordo com o previsto. Planejar não é, pois, apenas algo que se faz antes de agir, mas é também agir em função daquilo que se pensa”.
Planejar o conteúdo a ser aplicado durante o ano letivo é uma tarefa que envolve tanto professores quanto diretores e coordenadores pedagógicos, enfim, todos os profissionais voltados para a área da educação que pertencem à escola. O planejamento curricular visa, sobretudo, a ser funcional, promovendo não só a aprendizagem do conteúdo, mas também promovendo condições favoráveis a aplicação e integração desses conhecimentos.
Para Bassedas (1999), planejar “permite tornar consciente a intencionalidade que preside a intervenção; permite prever as condições mais adequadas para alcançar os objetivos propostos; e permite dispor de critérios para regular todo o processo”. E ainda, “o fato de planejar e programar a ação educativa é um instrumento para fazê-la mais reflexiva e fundamentada, mais suscetível de ser analisada e melhorada”.
Enfim, planejar é trabalhar para colocar em prática as ideias propostas, pensando e refletindo quanto ao objetivo de cada ação.

1.8 A rotina
O dia-a-dia na EMEI Dalila é baseado na rotina. Seus alunos estão seguros e sabem o que vai acontecer durante o dia.
A literatura de Bassedas (1999) nos traz que “a palavra rotina tem, no seu sentido habitual, um caráter pejorativo, porque nos faz pensar em conduta mecânica”. Mas não é isto. Rotina está no sentido de que as atividades que se realizam a cada dia estão dispostas em uma maneira estável. Essas atividades são muito importantes do ponto de vista do desenvolvimento.
Para Bassedas (1999), “durante os três primeiros anos, utiliza-se muito tempo na troca de fraldas, no acompanhamento das crianças ao banheiro, dando-lhes as refeições ou ajudando-as para que comam sozinhas, colocando para dormir”. E é assim que ocorre na turma Maternal IA, pois os alunos possuem uma média de dois anos e meio de idade e alguns ainda usam fraldas. “Nesses cuidados ocorrem os processos interativos educador-criança, pois estas atividades são claramente educativas. À medida que as interações entre a pessoa adulta e a criança forem positivas, a criança adquire uma autonomia progressiva na sua realização.”
A professora titular da turma, em uma de nossas conversas, expos que comer juntamente com os alunos e trocar as fraldas são momentos pedagógicos preciosos.
Ainda citando Bassedas (1999), “nessa idade é necessário uma certa regularidade na organização do tempo e da jornada, porque as crianças começam a orientar-se com relação a determinadas situações que se repetem a cada dia (...). As atividades  sucedem-se normalmente na mesma ordem e isso faz com que as crianças sintam-se seguras e confiantes”. A rotina da turma Maternal IA é bem regular e as crianças já se acostumaram a ela.



1.9 O papel do professor
Na EMEI Dalila o diálogo é sempre frequente com as crianças e as atividades realizadas são muito diversificadas.
Segundo Feitosa (2009), as “atividades realizadas pelo professor de brincar com a criança, contar-lhe histórias, conversar, promovem o desenvolvimento da capacidade infantil de conhecer o mundo e a si mesmo, sua autoconfiança, a formação de motivos e interesses pessoais”.
Sendo assim, o papel do professor se intensifica em sua importância, realizando suas atividades corretamente e atentamente, pois é ele que dá suporte para todo o processo de desenvolvimento da criança.
Para Bassedas (1999), “a professora titular ocupa-se da relação e colaboração com as famílias (...). Também é responsável pela ação educativa com o seu grupo, que deverá planejar, realizar e avaliar, considerando a sua tarefa e a evolução das crianças que estão sob sua responsabilidade”.
O professor deve usar atividades dinâmicas que envolvam conteúdo e prática, como histórias, músicas, jogos, saídas de campo...
Para Libâneo (1994) “o professor serve, de um lado, dos conhecimentos do processo didático e das metodologias específicas das matérias e, de outro, da sua própria experiência prática”.
Unindo a didática e a afetividade em suas aulas, o professor de educação infantil consegue garantir, em sua plenitude, o envolvimento do aluno às suas atividades, propiciando-lhes novas descobertas.









2 O processo de ensino
O planejamento durante o estágio em educação infantil ocorreu normalmente, salvo pequenas adaptações diárias. O tempo que cada criança exige para a realização das tarefas foi algo que muito me chamou a atenção, pois a paciência dos educadores de educação infantil deve ser maior. A partir da relação direta com os alunos Bassedas (1999) nos traz “a individualização, no sentido de estabelecer uma relação pessoal e ajustada com cada criança”, sendo este, um elemento imprescindível da prática educativa.
No primeiro dia de observação fui buscando conhecer melhor os alunos, identificando seus nomes e suas características individuais. Cada aluno recebeu a nova professora de uma maneira única: fizeram-se indiferentes, outros curiosos, alguns receosos. Mas ganhei um abraço coletivo bem apertado na hora da despedida e vários “-Não vai ‘embola’”. Foi lindo. Uma experiência única, inesquecível e, sobretudo enriquecedora.
Para atender um pedido da professora titular, pensando nas famílias que deixam a desejar quanto à higiene das crianças, foi desenvolvida a atividade de construção de sabonetes e imitação de um banho. Senti realmente a necessidade de trabalhar este assunto, a fim de incentivar os alunos a pedirem pelo banho diário em casa, diante de uma situação espantadora em que alguns cheiravam mal e vestiam durante dias a mesma roupa.
Fascinante foi observar os olhinhos das crianças fixos nas figuras de um livro. Ouvir histórias deixa-as felizes! Parecem entrar naquele mundo porque vivem aquela emoção.
Quanto às crianças adorarem as histórias, Rapoport (2012) diz que “na faixa etária dos dois aos três anos, os momentos de faz de conta e de histórias, pouco a pouco, vão ganhando a atenção e a concentração das crianças.”
Penso que fiz uma boa escolha levando histórias em diversas aulas. Os alunos gostaram e participaram muito. Eles mostraram sua fascinação a este mundo fictício.




3 Aprendizagem dos alunos
É fundamental fazer um acompanhamento individualizado de cada aluno e analisar o progresso individual de cada criança. Cada uma delas possuem características próprias de sua criação, personalidade e amadurecimento. Para Bassedas (1999) “é preciso observar, escutar o que as crianças dizem”.
Mesmo assim um sentimento de impotência toma conta quando se vê uma criança caindo, brincando sozinha ou com a fralda cheia de urina vazando. Em vista disto, Zabalza (1998) nos faz refletir em “pensar que é possível dar atenção a cada criança de maneira separada durante todo o tempo é uma fantasia”. E infelizmente, mesmo esforçando-me para estar atenta a todas as dezoito crianças, alguns fatos passam despercebidos e sentia-me culpada por não ter notado ou ajudado elas.
Durante o estágio a atividade mais difícil foi uma sobre cores e formas geométricas, pois as crianças não reconheciam as cores. Por também não conseguirem desenhar as formas geométricas, tive que fazê-las para que elas colorissem. O desenho de um trem com as formas geométricas que propus que pintassem foi somente rabiscado. Apenas dois alunos coloriram as formas presentes no desenho com as cores solicitadas.
















4 Trabalho docente
Para que o trabalho do professor tenha êxito, alguns itens devem ser pensados com o objetivo de qualificar as atividades que enriqueçam o aluno e promovam o seu desenvolvimento.
Para que o processo de aprendizagem aconteça de fato, Bassedas (1999) cita o primeiro aliado: “Um planejamento coerente proporciona segurança e tranquilidade ao educador, mas também proporciona segurança aos pequenos, os quais necessitam de pautas e parâmetros claros, dentro dos quais possam desenvolver sua atividade.”
 O papel das instituições está relacionado com a promoção do adequado desenvolvimento dessas crianças sob sua responsabilidade. Baseia-se, principalmente, em três fatores: 1) estabelecer uma relação de afeto e confiança com a criança; 2) estar sempre atento, disponível e interessado no que ela está fazendo ou dizendo e; 3) propor situações que se fundamentem em seu momento evolutivo, através da observação de seus interesses e necessidades (UNESCO, 2005). E destaca-se “a importância das ações das crianças sobre o mundo como forma de aprendê-lo”
A maneira que encontrei de total interação com as crianças foi na pracinha. Lá era o momento de correr e embalar os balanços e o gira-gira, atendendo seus pedidos e tendo contato com suas mãozinhas e rostos.
A disponibilidade e aproximação da professora na relação com as crianças, segundo Redin (2012), “se traduz na relação afetiva que se dá pelo contato corpo a corpo, em atitudes como sentar-se no chão para brincar com elas ou acompanhar suas brincadeiras.”
O professor precisa ter e manter em foco os seus objetivos e adequar seu espaço e rotina conforme a faixa etária, a interação e as necessidades de seus alunos. Mas, principalmente, conhecer a realidade da comunidade, do entorno de sua escola, além de perceber e identificar os conflitos pessoais de cada criança a partir da observação e da comunicação diária com as famílias. 

Conclusão
O relatório de Prática Docente em Educação Infantil veio complementar o conhecimento já adquirido em estudos anteriores no CLPD e também sanar dúvidas, perante a leitura atenta e minuciosa de diversas obras sobre o assunto.
A conduta do professor com alunos deste nível de ensino deve ser diferenciada, uma vez que educar deve estar associado ao cuidar, resultando em sensibilidade e delicadeza no trato de cada criança, assegurando atenção especial conforme as necessidades dos pequenos.
O respeito à criança e a não violação de seus direitos como cidadãs reflete num aprendizado único, planejado de modo que suas vivências sejam reconhecidas e o seu conhecimento cada vez mais ampliado, sendo construído paralelamente a seu desenvolvimento físico e mental.


Referências Bibliográficas


BASSEDAS, Eulália; HUGUET, Tersa; SOLÉ, Isabel. Aprender e ensinar na educação infantil. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999.

Diretrizes e Bases da Educação Nacional, (Brasília) MEC.

FEITOSA, Raimundo Moacir Mendes. Revisão das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Ministério da educação/ Conselho nacional de educação. Brasília, 2009.

Legislação, políticas e influências pedagógicas na Educação Infantil. Brasília: UNESCO, Banco Mundial, Fundação Maurício Sitotsky Sobrinho, 2005.

LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Editora Cortez. 1994.

RAPOPORT , Andrea... [et al.]. O dia a dia na educação infantil. Porto Alegre: Mediação, 2012.

REDIN, Marita Martins... [et al.]. Planejamento, práticas e projetos pedagógicos na Educação Infantil. Porto Alegre: Mediação, 2012.

VASCONCELLOS, Celso dos S. Planejamento Projeto de Ensino- Aprendizagem e Projeto Político-Pedagógico. Ladermos Libertad-1. 7º Ed. São Paulo, 2000.

ZABALZA, Miguel A. Qualidade em educação infantil. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.

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