Zeni Sparremberger Knevitz
Os diversos
saberes na educação infantil
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Supervisor do
Estágio CLPD: Lilian Lorenzato
Supervisor do Estágio Escola: Sheila
Blatt
São Leopoldo, dezembro de 2013.
Equipe docente responsável:
Professores a distância: Emília Cristina Teixeira,
Lilian Rodrigues Corrêa
Professores presenciais: Joelma Guimarães, Marta
Rejane da Luz Fernandes
Professora Formadora: Cristiane Peres de
Vasconcellos
RESUMO
O presente trabalho apresenta
o relatório de estágio realizado na E.M.E.I. Antônio Leite, localizada em São
Leopoldo, RS, na turma de educação infantil onde estão matriculadas 17 crianças,
na faixa etária de 4 a 5 anos de idade, sendo 12 meninas e 5 meninos. A
observação foi focada no intuito de verificar quão preparados estão os alunos
para o penúltimo ano na educação infantil, antes de entrarem para as séries
iniciais. Através das experiências vivenciadas procurei acrescentar junto às crianças,
atividades lúdicas que valorizassem seu conhecimento e que despertassem neles o
interesse pelo proposto, evidenciando características como autonomia,
criatividade, respeito com colegas e professores. Desta maneira, pude perceber
como elas encaram a construção do seu mundo dentro e fora da escola. O
planejamento foi elaborado para que as crianças pudessem aprender brincando, o
que torna tudo mais fácil e agradável.
Palavras-chave: educação infantil,
planejamento
SUMÁRIO
1.
APRESENTAÇÃO...................................................................................6
2. DESENVOLVIMENTO.............................................................................7
2.1. Etapas de
ensino..................................................................................8
2.2. Processo de
ensino............................................................................10
2.3. Aprendizagem dos
alunos..................................................................12
2.4. Trabalho
docente................................................................................14
3. CONCLUSÃO........................................................................................15
4. REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS......................................................17
1
- APRESENTAÇÃO
O trabalho está dividido em quatro
partes, usando como referência na etapa de ensino a abordagem do planejamento,
a forma como a criança interage entre si e com o meio. Através do processo de
ensino, foram abordados os temas específicos realizados em sala de aula. Para a
aprendizagem do aluno, foi realizado um relato da importância desse
acompanhamento de aprendizagem. No trabalho docente, a importância da construção do conhecimento do
aluno e do professor.
2 - DESENVOLVIMENTO
No decorrer do período do estágio, observei o quanto os
alunos tiveram um bom aproveitamento das atividades realizadas. Durante o
período do estágio, busquei conhecer um pouco mais a turma. Durante a etapa
prática das atividades propostas, percebi
que podia ter explorado mais. As crianças
estão com sede de aprendizado, querem conhecer o mundo e nesse momento, nosso
papel de educador é de suma importância na vida destes futuros profissionais,
estamos repassando os valores, repassando conhecimento. “Conhecer o mundo é
agir sobre ele e transformá-lo” (BECKER, 2007, p.17), transformando-se a si
mesmo. Dizia Bachelard que, “para o espírito científico, todo conhecimento é
resposta a uma pergunta” (apud BECKER, 2007, p. 19). Ao passar suas conclusões,
suas experiências aos demais colegas o professor prestará a escola, ao ensino,
a educação, a aprendizagem um inestimável serviço. A capacidade de decisão da
educadora e do educador é absolutamente necessária ao seu trabalho formador.
Uma das deficiências de uma educadora é a sua incapacidade de decidir. Sua
indecisão que os educandos entendem como fraqueza moral ou incompetência
profissional.
Outra qualidade fundamental que não pode faltar à
educadora é que exige dela a sabedoria com que se dê a experiência de viver a
tensão entre a paciência e a impaciência. A paciência sozinha pode levar a
acomodação, na impaciência insulada ameaçamos o êxito da prática que se perde
na arrogância de quem se julga dono da história.
2.1
- ETAPAS DE ENSINO
Durante planejamento procurei abranger todas as áreas do conhecimento,
buscando atividades que envolviam as diferentes linguagens, a expressão
criadora, as brincadeiras e o jogo simbólico, a música e exploração de
instrumentos musicais, a modelagem entre outras. Também procuro sempre propor
atividades que envolvam a família, a escola e as crianças, como o projeto
"Compartilhando afetos e construindo saberes". Os dias podem ser
imprevisíveis, mas se soubermos lidar com os desafios e dificuldades, podemos
ter dias repletos de alegria e de grandes realizações.
A turma teria ficado encantada se tivesse feito alguma atividade com
fantoches, no entanto, no momento da rodinha li com eles os livros novos da
coleção do Itaú e elas adoraram, após a leitura pedi para que desenhassem o que
haviam entendido e nestes desenhos percebi o quanto, a mente destas lindas
crianças são férteis. Na pintura da mão, utilizando a tinta elas interpretaram
o desenho de diversas maneiras, uma criança viu através do desenho de sua mão
uma aranha, outra viu de fato a mão e assim fomos criando diversos formatos e
algumas perceberam que a sua mão pode ter a forma do passarinho. Durante a realização do meu estágio, pude
perceber como acontece a rotina na escola, pude vivenciar a prática de tudo que
as professoras da minha turma vivenciam diariamente. Sendo que nesse momento eu
fui à professora, eu pude colocar em prática meu plano de aula, com base no meu
planejamento pude aplicar algumas atividades que as crianças até o momento não
haviam presenciado e outras de uma maneira diferente das que elas já estão
acostumadas. Consegui compreender o quanto o planejamento se faz necessário, as
aulas planejadas nem sempre acontecem como gostaríamos que acontecesse, mas o
planejamento me deu autonomia, me proporcionou segurança. Organizando a prática
pude perceber que as crianças compreendem que estamos ali para passar algo
novo, esperam isso do novo professor, desejam novas experiências. Observei o
desenvolvimento da turma, como elas se desenvolveram com cada atividade. Cada
uma a sua maneira teve uma experiência com as atividades dirigidas no decorrer
do meu estágio. A rotina da turma se manteve, apenas coloquei em prática meu
planejamento e isso foi muito bom. Nós podemos proporcionar na sala de aula um
ambiente onde a criança possa aprender brincando. Construir um ambiente que
estimule a brincadeira, em função dos resultados desejados. “Não se tem certeza
que a criança vá agir com esse material como desejaríamos, mas aumentamos assim
as chances de que ela o faça...” BROUGERE,1995, p. 105).
Aprendi a cada dia com o encantamento de cada
uma delas no decorrer dos meus dias enquanto estagiária na turma do Infantil
ll. Experiência única e sensacional.
2.2
- PROCESSO DE ENSINO
Na elaboração do plano de aula, foram consideradas
a faixa etária da turma, o estilo, as preferências, os interesses e anseios das
crianças. De uma forma flexível, elaborei meu planejamento, respeitando assim o
momento das crianças. As situações que foram surgindo durante o dia,fui
adequando dentro do possível. Na semana que choveu, tive que mudar o que faria
com as crianças, pois tinha atividades no pátio ao ar livre que iniciei na sala de aula e naquele dia não deu para dar
continuidade, pois, os alunos foram dispensados por conta da água que estava
tomando conta das ruas e a escola estava com goteiras no refeitório. Em outro
momento, a atividade que seria apenas para a minha turma no pátio, todas as
crianças presentes fizeram a atividade de cantar no microfone e ficaram
encantadas com a caixa de som, com o som da sua voz. Elas cantaram, dançaram e
isso foi muito bom. Em outros momentos, apliquei o que havia planejado para o
dia e as crianças à medida que iam acabando a tarefa, começavam a se dispersar.
No dia que levei a bola, o lençol para que as crianças conseguissem manter a
mesma dentro do lençol, das 17 crianças, 10 queriam fazer e gostaram de fazer.
Não consegui fazer com que as demais viessem para a brincadeira. Já a
brincadeira, onde levei tinta, todas queriam fazer a pintura demonstrando o
medo através do desenho da sua mão. A brincadeira do arco-íris foi um sucesso,
a brincadeira dos tecidos que levei para cobrir as crianças e uma delas entrava
na sala para descobrir qual a criança que estava faltando foi incrível, todas
queriam participar, tive que repetir a brincadeira. Quando chovia, levava
livros diferentes dos habituais na escola, sentávamos no chão, em círculo e
elas adoravam, enquanto lia o livro passava para elas verem as figuras, página,
por página e isso estimulava a atenção delas na leitura. Levava giz para
desenharem no chão da escola, no quadro dentro da sala e elas amavam. Levava
balões para estourarem e jogarem no pátio nas brincadeiras livres. E ainda
assim, sobrava muito tempo, após ter colocado em prática meu plano. As crianças
ficavam sem ter o que fazer no sentido de uma atividade dirigida, salvo se eu
fizesse naquela manhã a atividade do outro dia. Algumas vezes foi isso que
aconteceu. Quando via que todas haviam acabado, elas pegavam os brinquedos da
sala e brincavam. Fiquei surpresa ao ver que elas adoram os brinquedos (bonecas
e carrinhos velhos, jogos de montar, tampinha de refrigerante dentro de uma
garrafa pet, elas tiram e colocam as tampinhas inúmeras vezes, panelinhas). Os
brinquedos da sala são sempre uma brincadeira que todas as crianças gostam. Se
colocarmos um lençol como se fosse uma cabana, elas ficam ali por horas se
deixarmos. Se as deixarmos no pátio brincando nos balanços, na areia, no sobe e
desce, na gangorra, elas ficam ali também o tempo que as deixarmos. As crianças
adoram. Nos dias que levava música, poucas crianças conheciam (Toquinho,
palavra cantada, Adriana Calcanhoto, levava o DVD com essas músicas e elas no
geral não gostaram muito) até minha colega trazer o CD da Anita, todas sabiam a
letra, todas sabiam a coreografia. No dia que levei o microfone, as crianças da
minha turma gostaram quando a outra professora trouxe as músicas da Xuxa, da
Anita e outros. Enquanto as minhas músicas, que achei que fossem adorar, umas
cinco crianças cantaram. Isso me deixou chateada, pois percebi que se não
ofertarmos algo novo, de qualidade, elas só irão ouvir o que já ouvem em casa. Com
o passar dos dias, fui percebendo que hoje faria diferente, organizaria para eles
um planejamento com base num projeto e a partir daí construindo esse projeto para
que eles tivessem sempre algo novo, um objetivo, algo a construir comigo
diariamente. Da forma como fiz, ficou muito solto. Na minha opinião, o tempo
que sobrou poderia ser usado para estimular a capacidade que eles tem para
aprender algo novo. Numa manhã, 01 hora de planejamento com algo que eles nunca
viram foi ótimo, a alegria ficava estampada no rostinho deles, mas e depois?
Nossas crianças têm direito à brincadeira; a uma atenção especial; a um
ambiente aconchegante, seguro e estimulante; ao contato com a natureza;
Ofertar uma educação de qualidade é um direito da criança.
2.3
- APRENDIZAGEM DOS ALUNOS
A aprendizagem da turma ocorreu de forma espontânea e através da
interação entre o meio físico com os colegas e os objetos dispostos nos espaços
disponibilizados na escola. Através da observação diária dos alunos, através
das reflexões feitas semanalmente, através da fala dos alunos é possível
elaborar o parecer mais próximo à realidade do aluno. Nas atividades dirigidas
feitas com cada criança, vamos observando o seu crescimento e desenvolvimento
no decorrer dos dias. Diariamente usamos o caderno de recados para as outras
educadoras ficarem cientes do que aconteceu no turno da manhã. No caderno de
reflexão da turma, coloquei como ocorreu o desempenho da turma frente às
atividades proporcionadas durante o meu período de estágio e a rotina seguida
na turma. Também se observa como está sendo visto o desenvolvimento afetivo,
social e intelectual da criança com o meio o qual está inserida. Pude observar
que as crianças se desenvolvem a cada dia. Intelectualmente, socialmente elas
interagem mais. Através das brincadeiras livres e ou dirigidas percebemos como
elas interagem entre si e consigo mesma. É muito bom acompanhar esse
desenvolvimento, fico muito feliz por fazer parte nesse momento desse processo
dessas crianças do Infantil II B. O olhar destas crianças, elas se sentem
acolhidas no ambiente escolar, algumas professoras se doam mais, outras menos.
E desta forma, elas também aprendem a se socializar de diversas maneiras. Fiz
alguns ajustes no meu plano de aula, no decorrer do meu estágio, pois nem
sempre a atividade que iria desenvolver no dia proposto seria a mais apropriada
para o dia. Com o decorrer das atividades percebi a necessidade de acrescentar
alguma tarefa, repetir alguma técnica. A maioria das crianças adora fazer
atividades com o manuseio da tinta. Massinha de modelar. Gostaram da atividade
do microfone, onde cada uma cantou uma música. Gostaram da atividade do arco
íris.
2.4 - TRABALHO DOCENTE
Acredito que o professor enquanto educa estará sempre
aprendendo. E ao aprender poderá ensinar melhor. Ao conhecer a realidade das
crianças, o espaço onde elas estão inseridas fica mais fácil planejar. Com um
planejamento consegui colocar em prática meu plano de aula. Com isso, também
percebi o quanto precisamos estar dispostos a mudar, o aprendizado requer
mudanças. Nada vale o conhecimento dentro da gaveta. Na primeira carta –
Ensinar – aprender leitura do mundo – leitura da palavra, diz que o ensinante
aprende primeiro a ensinar, mas aprende também ao ensinar algo que é
reaprendido por estar sendo ensinado. Ninguém escreve se não escrever, assim
como ninguém nada se não nadar. Não é possível ler sem escrever e escrever sem
ler. O trabalho docente, quando é compartilhado com os demais integrantes em
sala de aula, a professora com a monitora. A direção com o restante da equipe,
as professoras entre elas mesmas. Todos nós temos muito a ganhar,
principalmente as crianças. Na sexta-feira, dia que as crianças podem levar um
brinquedo de casa, levei um peixinho Beta o “Lilinho”, para mostrar a
importância e a responsabilidade que temos com os nossos bichinhos de
estimação. Assim como todas as pessoas, o coleguinha da sala de aula, ou das
outras salas, as pessoas na rua. As crianças gostaram muito. Quando encontrei
uma das mães, ela relatou o que a filha aprendeu no dia que o Lilinho foi para
a sala de aula. Percebi a alegria no rosto de ambas. Isso vale a pena. Durante
meu estágio percebi que as crianças precisam de professores que se dediquem
mais a elas. Que aproveitem o tempo delas na escola, para que elas consigam se
desenvolver de forma plena. Alguns autores dizem que crianças são seres humanos
de pouca idade e a INFÂNCIA é o modo como às crianças vivem esse período da
vida. O professor precisa conhecer a
realidade do aluno, para poder proporcionar um modo de viver significativamente
o tempo da infância dentro da escola. Como é mencionado no texto “ A
organização do espaço e do tempo”, Só se cria a partir daquilo que existe. Ao
longo dos dias existem algumas atividades que são repetidas, mas isso não
significa que sejam feitas do mesmo modo todos os dias. Com diz BROUGERE,1995, p. 105). É
necessário favorecer atividades que propiciem experiências diversificadas e que
invistam no desenvolvimento de diferentes aprendizagens.
CONCLUSÃO
Durante o meu primeiro
estágio na E.M.E.I. com as crianças entre 4 a 5 anos foi muito gratificante. Um
momento inesquecível na minha vida e com certeza isso ficará para sempre
guardado na minha mente e no meu coração. Experiência única com as crianças que
fizeram a diferença na minha vida. Pude perceber no decorrer do meu estágio o
quanto temos para aprender. Somos eternos aprendizes. As crianças nos ensinam
no dia a dia, o professor deve estar sempre aberto para as novas experiências
que elas nos proporcionam, cada uma a sua maneira. As situações vivenciadas no
cotidiano de uma escola somente serão possíveis perceber estando ali presente.
Conhecendo a realidade da escola, do aluno. Tenho muito a agradecer pela
oportunidade de ter feito esse estágio com pessoas tão maravilhosas, tão
acolhedoras. A professora titular e a monitora me ensinaram muito. Durante meu
estágio estavam sempre me dando algumas dicas de como lidar com uma e outra
criança, permaneceram em sala de aula enquanto aplicava meu plano, me falavam de
como deveria ser firme e carinhosa ao mesmo tempo. Essa troca de experiência é
fundamental para quem está iniciando, e essa experiência que as professoras possuem.
Que ficam ao longo do ano com a turminha que pude fazer meu estágio é essencial
para quem está iniciando assim como eu. Elas estão sempre se aperfeiçoando,
fazem cursos, preparam a aula com um planejamento que faz com que as crianças
aprendam a cada dia. As crianças trazem de sua casa e com suas experiências
familiares, nós professores precisamos nos atualizar, precisamos usar a
tecnologia a nosso favor, caso contrário, as aulas irão se tornar monótonas e
as crianças não irão ter vontade de fazer algo diferente do que elas já sabem
fazer. Toda novidade que é apresentada para elas, faz uma grande diferença. Uma
experiência que elas gostaram muito, repetir com a turma. Assim como em outros
momentos não gostaram tanto. Nesse
período pude perceber o quanto preciso me aperfeiçoar na docência. O quanto
preciso me empenhar para tornar as aulas mais gratificantes, mais produtivas.
Senti a necessidade de me reeducar enquanto ser humano. Elas permanecem na
escola, durante o dia todo, cheias de vida, de disposição, querendo receber o
novo, aprender e porque não reaprender o que já sabem de uma maneira diferente.
Mais uma vez a vida me ensinou o quanto tenho que aprender, para poder ensinar.
Através do contato que tive com todo o grupo escolar, com os pais, com os
alunos, com as professoras, foi simplesmente uma experiência encantadora e
muito gratificante.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BECKER, Fernando; MARQUES, Tânia B. I.
(Orgs.)Ser professor é ser pesquisador.
Porto Alegre: Ed. Mediação, 2007.
FREIRE, Paulo. Professora sim, tia não: cartas a quem ousa ensinar. 1 ed. São
Paulo: Olho D’Água, 2009.
BROUGERE,1995,
p. 105.
Zeni S. Knevitz
“Acadêmica do Curso de Pedagogia- EAD da Universidade Federal de Pelotas (UFPel)”.
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