terça-feira, 28 de outubro de 2014

Artigo: Os diversos saberes na Educação Infantil


Zeni Sparremberger Knevitz









Os diversos saberes na educação infantil    
                                                           



Relatório de Prática Docente I apresentado ao Curso de Licenciatura em Pedagogia- UFPel/UAB, como requisito à conclusão do Estágio Supervisionado de Educação Infantil
 
 






                                

                                Supervisor do Estágio CLPD: Lilian Lorenzato
                                  Supervisor do Estágio Escola: Sheila Blatt

                                          

São Leopoldo, dezembro de 2013.



























Equipe docente responsável:


Professores a distância: Emília Cristina Teixeira, Lilian Rodrigues Corrêa
Professores presenciais: Joelma Guimarães, Marta Rejane da Luz Fernandes
Professora Formadora: Cristiane Peres de Vasconcellos





RESUMO
O presente trabalho apresenta o relatório de estágio realizado na E.M.E.I. Antônio Leite, localizada em São Leopoldo, RS, na turma de educação infantil onde estão matriculadas 17 crianças, na faixa etária de 4 a 5 anos de idade, sendo 12 meninas e 5 meninos. A observação foi focada no intuito de verificar quão preparados estão os alunos para o penúltimo ano na educação infantil, antes de entrarem para as séries iniciais. Através das experiências vivenciadas procurei acrescentar junto às crianças, atividades lúdicas que valorizassem seu conhecimento e que despertassem neles o interesse pelo proposto, evidenciando características como autonomia, criatividade, respeito com colegas e professores. Desta maneira, pude perceber como elas encaram a construção do seu mundo dentro e fora da escola. O planejamento foi elaborado para que as crianças pudessem aprender brincando, o que torna tudo mais fácil e agradável.







Palavras-chave: educação infantil, planejamento

SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO...................................................................................6
2. DESENVOLVIMENTO.............................................................................7
2.1. Etapas de ensino..................................................................................8
2.2. Processo de ensino............................................................................10
2.3. Aprendizagem dos alunos..................................................................12
2.4. Trabalho docente................................................................................14
3. CONCLUSÃO........................................................................................15
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................17




1     - APRESENTAÇÃO
O trabalho está dividido em quatro partes, usando como referência na etapa de ensino a abordagem do planejamento, a forma como a criança interage entre si e com o meio. Através do processo de ensino, foram abordados os temas específicos realizados em sala de aula. Para a aprendizagem do aluno, foi realizado um relato da importância desse acompanhamento de aprendizagem. No trabalho docente,  a importância da construção do conhecimento do aluno e do professor.



2 - DESENVOLVIMENTO
No decorrer do período do estágio, observei o quanto os alunos tiveram um bom aproveitamento das atividades realizadas. Durante o período do estágio, busquei conhecer um pouco mais a turma. Durante a etapa prática das atividades propostas, percebi que podia ter explorado mais. As crianças estão com sede de aprendizado, querem conhecer o mundo e nesse momento, nosso papel de educador é de suma importância na vida destes futuros profissionais, estamos repassando os valores, repassando conhecimento. “Conhecer o mundo é agir sobre ele e transformá-lo” (BECKER, 2007, p.17), transformando-se a si mesmo. Dizia Bachelard que, “para o espírito científico, todo conhecimento é resposta a uma pergunta” (apud BECKER, 2007, p. 19). Ao passar suas conclusões, suas experiências aos demais colegas o professor prestará a escola, ao ensino, a educação, a aprendizagem um inestimável serviço. A capacidade de decisão da educadora e do educador é absolutamente necessária ao seu trabalho formador. Uma das deficiências de uma educadora é a sua incapacidade de decidir. Sua indecisão que os educandos entendem como fraqueza moral ou incompetência profissional.
Outra qualidade fundamental que não pode faltar à educadora é que exige dela a sabedoria com que se dê a experiência de viver a tensão entre a paciência e a impaciência. A paciência sozinha pode levar a acomodação, na impaciência insulada ameaçamos o êxito da prática que se perde na arrogância de quem se julga dono da história.

2.1 - ETAPAS DE ENSINO
Durante planejamento procurei abranger todas as áreas do conhecimento, buscando atividades que envolviam as diferentes linguagens, a expressão criadora, as brincadeiras e o jogo simbólico, a música e exploração de instrumentos musicais, a modelagem entre outras. Também procuro sempre propor atividades que envolvam a família, a escola e as crianças, como o projeto "Compartilhando afetos e construindo saberes". Os dias podem ser imprevisíveis, mas se soubermos lidar com os desafios e dificuldades, podemos ter dias repletos de alegria e de grandes realizações.
A turma teria ficado encantada se tivesse feito alguma atividade com fantoches, no entanto, no momento da rodinha li com eles os livros novos da coleção do Itaú e elas adoraram, após a leitura pedi para que desenhassem o que haviam entendido e nestes desenhos percebi o quanto, a mente destas lindas crianças são férteis. Na pintura da mão, utilizando a tinta elas interpretaram o desenho de diversas maneiras, uma criança viu através do desenho de sua mão uma aranha, outra viu de fato a mão e assim fomos criando diversos formatos e algumas perceberam que a sua mão pode ter a forma do passarinho. Durante a realização do meu estágio, pude perceber como acontece a rotina na escola, pude vivenciar a prática de tudo que as professoras da minha turma vivenciam diariamente. Sendo que nesse momento eu fui à professora, eu pude colocar em prática meu plano de aula, com base no meu planejamento pude aplicar algumas atividades que as crianças até o momento não haviam presenciado e outras de uma maneira diferente das que elas já estão acostumadas. Consegui compreender o quanto o planejamento se faz necessário, as aulas planejadas nem sempre acontecem como gostaríamos que acontecesse, mas o planejamento me deu autonomia, me proporcionou segurança. Organizando a prática pude perceber que as crianças compreendem que estamos ali para passar algo novo, esperam isso do novo professor, desejam novas experiências. Observei o desenvolvimento da turma, como elas se desenvolveram com cada atividade. Cada uma a sua maneira teve uma experiência com as atividades dirigidas no decorrer do meu estágio. A rotina da turma se manteve, apenas coloquei em prática meu planejamento e isso foi muito bom. Nós podemos proporcionar na sala de aula um ambiente onde a criança possa aprender brincando. Construir um ambiente que estimule a brincadeira, em função dos resultados desejados. “Não se tem certeza que a criança vá agir com esse material como desejaríamos, mas aumentamos assim as chances de que ela o faça...” BROUGERE,1995, p. 105).
Aprendi a cada dia com o encantamento de cada uma delas no decorrer dos meus dias enquanto estagiária na turma do Infantil ll. Experiência única e sensacional.
2.2 - PROCESSO DE ENSINO
Na elaboração do plano de aula, foram consideradas a faixa etária da turma, o estilo, as preferências, os interesses e anseios das crianças. De uma forma flexível, elaborei meu planejamento, respeitando assim o momento das crianças. As situações que foram surgindo durante o dia,fui adequando dentro do possível. Na semana que choveu, tive que mudar o que faria com as crianças, pois tinha atividades no pátio ao ar livre que iniciei na sala de aula e naquele dia não deu para dar continuidade, pois, os alunos foram dispensados por conta da água que estava tomando conta das ruas e a escola estava com goteiras no refeitório. Em outro momento, a atividade que seria apenas para a minha turma no pátio, todas as crianças presentes fizeram a atividade de cantar no microfone e ficaram encantadas com a caixa de som, com o som da sua voz. Elas cantaram, dançaram e isso foi muito bom. Em outros momentos, apliquei o que havia planejado para o dia e as crianças à medida que iam acabando a tarefa, começavam a se dispersar. No dia que levei a bola, o lençol para que as crianças conseguissem manter a mesma dentro do lençol, das 17 crianças, 10 queriam fazer e gostaram de fazer. Não consegui fazer com que as demais viessem para a brincadeira. Já a brincadeira, onde levei tinta, todas queriam fazer a pintura demonstrando o medo através do desenho da sua mão. A brincadeira do arco-íris foi um sucesso, a brincadeira dos tecidos que levei para cobrir as crianças e uma delas entrava na sala para descobrir qual a criança que estava faltando foi incrível, todas queriam participar, tive que repetir a brincadeira. Quando chovia, levava livros diferentes dos habituais na escola, sentávamos no chão, em círculo e elas adoravam, enquanto lia o livro passava para elas verem as figuras, página, por página e isso estimulava a atenção delas na leitura. Levava giz para desenharem no chão da escola, no quadro dentro da sala e elas amavam. Levava balões para estourarem e jogarem no pátio nas brincadeiras livres. E ainda assim, sobrava muito tempo, após ter colocado em prática meu plano. As crianças ficavam sem ter o que fazer no sentido de uma atividade dirigida, salvo se eu fizesse naquela manhã a atividade do outro dia. Algumas vezes foi isso que aconteceu. Quando via que todas haviam acabado, elas pegavam os brinquedos da sala e brincavam. Fiquei surpresa ao ver que elas adoram os brinquedos (bonecas e carrinhos velhos, jogos de montar, tampinha de refrigerante dentro de uma garrafa pet, elas tiram e colocam as tampinhas inúmeras vezes, panelinhas). Os brinquedos da sala são sempre uma brincadeira que todas as crianças gostam. Se colocarmos um lençol como se fosse uma cabana, elas ficam ali por horas se deixarmos. Se as deixarmos no pátio brincando nos balanços, na areia, no sobe e desce, na gangorra, elas ficam ali também o tempo que as deixarmos. As crianças adoram. Nos dias que levava música, poucas crianças conheciam (Toquinho, palavra cantada, Adriana Calcanhoto, levava o DVD com essas músicas e elas no geral não gostaram muito) até minha colega trazer o CD da Anita, todas sabiam a letra, todas sabiam a coreografia. No dia que levei o microfone, as crianças da minha turma gostaram quando a outra professora trouxe as músicas da Xuxa, da Anita e outros. Enquanto as minhas músicas, que achei que fossem adorar, umas cinco crianças cantaram. Isso me deixou chateada, pois percebi que se não ofertarmos algo novo, de qualidade, elas só irão ouvir o que já ouvem em casa. Com o passar dos dias, fui percebendo que hoje faria diferente, organizaria para eles um planejamento com base num projeto e a partir daí construindo esse projeto para que eles tivessem sempre algo novo, um objetivo, algo a construir comigo diariamente. Da forma como fiz, ficou muito solto. Na minha opinião, o tempo que sobrou poderia ser usado para estimular a capacidade que eles tem para aprender algo novo. Numa manhã, 01 hora de planejamento com algo que eles nunca viram foi ótimo, a alegria ficava estampada no rostinho deles, mas e depois? Nossas crianças têm direito à brincadeira; a uma atenção especial; a um ambiente aconchegante, seguro e estimulante; ao contato com a natureza;
Ofertar uma educação de qualidade é um direito da criança.
 2.3 - APRENDIZAGEM DOS ALUNOS
            A aprendizagem da turma ocorreu de forma espontânea e através da interação entre o meio físico com os colegas e os objetos dispostos nos espaços disponibilizados na escola. Através da observação diária dos alunos, através das reflexões feitas semanalmente, através da fala dos alunos é possível elaborar o parecer mais próximo à realidade do aluno. Nas atividades dirigidas feitas com cada criança, vamos observando o seu crescimento e desenvolvimento no decorrer dos dias. Diariamente usamos o caderno de recados para as outras educadoras ficarem cientes do que aconteceu no turno da manhã. No caderno de reflexão da turma, coloquei como ocorreu o desempenho da turma frente às atividades proporcionadas durante o meu período de estágio e a rotina seguida na turma. Também se observa como está sendo visto o desenvolvimento afetivo, social e intelectual da criança com o meio o qual está inserida. Pude observar que as crianças se desenvolvem a cada dia. Intelectualmente, socialmente elas interagem mais. Através das brincadeiras livres e ou dirigidas percebemos como elas interagem entre si e consigo mesma.  É muito bom acompanhar esse desenvolvimento, fico muito feliz por fazer parte nesse momento desse processo dessas crianças do Infantil II B. O olhar destas crianças, elas se sentem acolhidas no ambiente escolar, algumas professoras se doam mais, outras menos. E desta forma, elas também aprendem a se socializar de diversas maneiras. Fiz alguns ajustes no meu plano de aula, no decorrer do meu estágio, pois nem sempre a atividade que iria desenvolver no dia proposto seria a mais apropriada para o dia. Com o decorrer das atividades percebi a necessidade de acrescentar alguma tarefa, repetir alguma técnica. A maioria das crianças adora fazer atividades com o manuseio da tinta. Massinha de modelar. Gostaram da atividade do microfone, onde cada uma cantou uma música. Gostaram da atividade do arco íris.
 2.4 - TRABALHO DOCENTE
Acredito que o professor enquanto educa estará sempre aprendendo. E ao aprender poderá ensinar melhor. Ao conhecer a realidade das crianças, o espaço onde elas estão inseridas fica mais fácil planejar. Com um planejamento consegui colocar em prática meu plano de aula. Com isso, também percebi o quanto precisamos estar dispostos a mudar, o aprendizado requer mudanças. Nada vale o conhecimento dentro da gaveta. Na primeira carta – Ensinar – aprender leitura do mundo – leitura da palavra, diz que o ensinante aprende primeiro a ensinar, mas aprende também ao ensinar algo que é reaprendido por estar sendo ensinado. Ninguém escreve se não escrever, assim como ninguém nada se não nadar. Não é possível ler sem escrever e escrever sem ler. O trabalho docente, quando é compartilhado com os demais integrantes em sala de aula, a professora com a monitora. A direção com o restante da equipe, as professoras entre elas mesmas. Todos nós temos muito a ganhar, principalmente as crianças. Na sexta-feira, dia que as crianças podem levar um brinquedo de casa, levei um peixinho Beta o “Lilinho”, para mostrar a importância e a responsabilidade que temos com os nossos bichinhos de estimação. Assim como todas as pessoas, o coleguinha da sala de aula, ou das outras salas, as pessoas na rua. As crianças gostaram muito. Quando encontrei uma das mães, ela relatou o que a filha aprendeu no dia que o Lilinho foi para a sala de aula. Percebi a alegria no rosto de ambas. Isso vale a pena. Durante meu estágio percebi que as crianças precisam de professores que se dediquem mais a elas. Que aproveitem o tempo delas na escola, para que elas consigam se desenvolver de forma plena. Alguns autores dizem que crianças são seres humanos de pouca idade e a INFÂNCIA é o modo como às crianças vivem esse período da vida.  O professor precisa conhecer a realidade do aluno, para poder proporcionar um modo de viver significativamente o tempo da infância dentro da escola. Como é mencionado no texto “ A organização do espaço e do tempo”, Só se cria a partir daquilo que existe. Ao longo dos dias existem algumas atividades que são repetidas, mas isso não significa que sejam feitas do mesmo modo todos os dias. Com diz BROUGERE,1995, p. 105). É necessário favorecer atividades que propiciem experiências diversificadas e que invistam no desenvolvimento de diferentes aprendizagens. 
CONCLUSÃO

Durante o meu primeiro estágio na E.M.E.I. com as crianças entre 4 a 5 anos foi muito gratificante. Um momento inesquecível na minha vida e com certeza isso ficará para sempre guardado na minha mente e no meu coração. Experiência única com as crianças que fizeram a diferença na minha vida. Pude perceber no decorrer do meu estágio o quanto temos para aprender. Somos eternos aprendizes. As crianças nos ensinam no dia a dia, o professor deve estar sempre aberto para as novas experiências que elas nos proporcionam, cada uma a sua maneira. As situações vivenciadas no cotidiano de uma escola somente serão possíveis perceber estando ali presente. Conhecendo a realidade da escola, do aluno. Tenho muito a agradecer pela oportunidade de ter feito esse estágio com pessoas tão maravilhosas, tão acolhedoras. A professora titular e a monitora me ensinaram muito. Durante meu estágio estavam sempre me dando algumas dicas de como lidar com uma e outra criança, permaneceram em sala de aula enquanto aplicava meu plano, me falavam de como deveria ser firme e carinhosa ao mesmo tempo. Essa troca de experiência é fundamental para quem está iniciando, e essa experiência que as professoras possuem. Que ficam ao longo do ano com a turminha que pude fazer meu estágio é essencial para quem está iniciando assim como eu. Elas estão sempre se aperfeiçoando, fazem cursos, preparam a aula com um planejamento que faz com que as crianças aprendam a cada dia. As crianças trazem de sua casa e com suas experiências familiares, nós professores precisamos nos atualizar, precisamos usar a tecnologia a nosso favor, caso contrário, as aulas irão se tornar monótonas e as crianças não irão ter vontade de fazer algo diferente do que elas já sabem fazer. Toda novidade que é apresentada para elas, faz uma grande diferença. Uma experiência que elas gostaram muito, repetir com a turma. Assim como em outros momentos não gostaram tanto.  Nesse período pude perceber o quanto preciso me aperfeiçoar na docência. O quanto preciso me empenhar para tornar as aulas mais gratificantes, mais produtivas. Senti a necessidade de me reeducar enquanto ser humano. Elas permanecem na escola, durante o dia todo, cheias de vida, de disposição, querendo receber o novo, aprender e porque não reaprender o que já sabem de uma maneira diferente. Mais uma vez a vida me ensinou o quanto tenho que aprender, para poder ensinar. Através do contato que tive com todo o grupo escolar, com os pais, com os alunos, com as professoras, foi simplesmente uma experiência encantadora e muito gratificante.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BECKER, Fernando; MARQUES, Tânia B. I. (Orgs.)Ser professor é ser pesquisador. Porto Alegre: Ed. Mediação, 2007.
FREIRE, Paulo. Professora sim, tia não: cartas a quem ousa ensinar. 1 ed. São Paulo: Olho D’Água, 2009.


BROUGERE,1995, p. 105.

Zeni S. Knevitz
“Acadêmica do Curso de Pedagogia- EAD da Universidade Federal de Pelotas (UFPel)”.

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