UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL
CENTRO DE EDUCAÇÃO ABERTA E A DISTÂNCIA
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA – EAD
OS DIVERSOS
SABERES DAS SÉRIES INICIAIS
ZENI SPARREMBERGER KNEVITZ
Prática docente Il
São Leopoldo, Junho de 2014.
RESUMO
O presente artigo apresenta a prática de estágio realizado na Escola
Estadual de Ensino Fundamental Dr. Mario Sperb no Bairro Campina, localizada em
São Leopoldo, RS, na turma do 4º ano, Ensino Fundamental onde estão
matriculadas 26 crianças, na faixa etária de9a 11anos de idade, sendo 13
meninas e 13 meninos. Este tem como objetivo evidenciar a importância de
ensinar o aluno a aprender e mostrar que o mesmo continuará aprendendo pelo
mundo afora. Se os pais não educarem, o mundo os educará do seu modo. A escola
ensina, os pais ensinam, mas o mundo não é maternal, por mais que a escola
procure orientar, ensine a aprender, não será possível fazer isso sozinha. A
escola precisa da ajuda dos pais e por vezes os pais chegam a perguntar o que
eles podem fazer para ajudar a escola. Estão invertendo a responsabilidade, e
isso deve ser compreendido. Cabe aos pais orientar, educar e cabe a escola
continuar ensinando o que eles já sabem. Criar na sala de aula, um ambiente que
favoreça a troca de idéias, para que nossos alunos reflitam sobre o que já
sabem e o que estão aprendendo.
Palavras - chave: planejamento, aprendizagem, prática docente;
1
- APRESENTAÇÃO
O Presente artigo está dividido em quatro partes, usando
como referência na etapa de ensino a abordagem do planejamento, a forma como o
aluno interage entre si e com o meio. A observação foi focada no intuito de
verificar quão preparados estão os alunos para o 4º ano do Ensino Fundamental.
Através das experiências vivenciadas procurei acrescentar junto às crianças,
atividades lúdicas que valorizassem seu conhecimento e que despertassem neles o
interesse pelo proposto, evidenciando características como autonomia,
criatividade, respeito com colegas e professores. Desta maneira, pude perceber
como elas encaram a construção do seu mundo dentro e fora da escola. O
planejamento foi elaborado para que os alunos pudessem aprender os conteúdos
necessários para este período que permaneci com meus alunos, tornando o
aprendizado mais fácil e agradável. Através do processo de ensino, foram
abordados os temas específicos realizados em sala de aula. Para a aprendizagem
do aluno, foi realizado um relato da importância desse acompanhamento de
aprendizagem. No trabalho docente, a importância da construção do conhecimento
do aluno e do professor.
2 - DESENVOLVIMENTO
No decorrer do período do
estágio, observei o quanto os alunos tiveram um bom aproveitamento das
atividades realizadas. Durante o período do estágio, busquei conhecer um pouco
mais a turma. Durante a etapa prática das atividades propostas, percebi que
podia ter explorado mais. Os alunos estão com sede de aprendizado, querem
conhecer o mundo e nesse momento, nosso papel de educador é de suma importância
na vida destes futuros profissionais, estamos repassando os valores, repassando
conhecimento. “Conhecer o mundo é agir sobre ele e transformá-lo” (BECKER,
2007, p.17), transformando-se a si mesmo. Dizia BACHELARD que, “para o espírito
científico, todo conhecimento é resposta a uma pergunta” (apud BECKER, 2007, p.
19). Ao passar suas conclusões, suas experiências aos demais colegas o
professor prestará a escola, ao ensino, a educação, a aprendizagem um
inestimável serviço. A capacidade de decisão da educadora e do educador é
absolutamente necessária ao seu trabalho formador. Uma das deficiências de uma
educadora é a sua incapacidade de decidir. Sua indecisão que o educando
entendem como fraqueza moral ou incompetência profissional.
Outra qualidade fundamental
que não pode faltar à educadora é que exige dela a sabedoria com que se dê a
experiência de viver a tensão entre a paciência e a impaciência. A paciência
sozinha pode levar a acomodação, na impaciência insulada ameaçamos o êxito da
prática que se perde na arrogância de quem se julga dono da história.
2.1
- ETAPAS DE ENSINO
Durante o meu planejamento procurei abranger todas
as áreas do conhecimento, buscando atividades que envolviam as diferentes
situações, desde a matemática com o sistema monetário, bem como a geografia com
a identificação individual de cada aluno através do trajeto de sua casa até a
escola. Procurei propor atividades que envolviam a família, a escola e os
demais alunos, como o trabalho realizado com meus alunos em sala de aula sobre
"Quem sou eu?”. Os dias podem ser imprevisíveis, mas se soubermos
lidar com os desafios e dificuldades, podemos ter dias repletos de alegria e de
grandes realizações.
Percebi que a turma ficava encantada com alguma
atividade diferente. Na aula de ciências, ao falarmos sobre o corpo humano,
levei uma esponja para explicar o processo que faz o nosso estômago, treinamos
os 05 sentidos ao sentir o cheiro, o gosto, ao vendarmos os olhos e tentar
descobrir em quem estavam tocando e em qual objeto pelo tato, olfato. Os alunos
queriam sempre mais, algumas atividades que poderia ter realizado em sala de
aula, fiz o mesmo com eles na quadra, enquanto tomavam sol, ficavam ao ar livre
tentando descobrir quem era o amiguinho ao abraçar, ao tocar. Poderia ter
abordados outros temas, levando um profissional para dar uma palestra, um
guarda de trânsito ou uma profissional da saúde, a turma teria ficado encantada.
Durante a realização do meu estágio, pude
perceber como acontece a rotina na escola, pude vivenciar a prática de tudo que
as professoras da minha turma vivenciam diariamente. Sendo que nesse momento eu
fui à professora, eu pude colocar em prática meu plano de aula, com base no meu
planejamento pude aplicar algumas atividades que os alunos até o momento não
haviam presenciado e outras de uma maneira diferente das que elas já estavam acostumadas.
Consegui compreender o quanto o planejamento se faz necessário, as aulas
planejadas nem sempre acontecem como gostaríamos que acontecesse, mas o planejamento
me deu autonomia, me proporcionou segurança. Organizando a prática pude
perceber que os alunos compreendem que estamos ali para passar algo novo,
esperam isso do novo professor, desejam novas experiências. Observei o
desenvolvimento da turma, como elas se desenvolveram com cada atividade. Cada
uma a sua maneira teve uma experiência com as atividades dirigidas no decorrer
do meu estágio. A rotina da turma se manteve, apenas coloquei em prática meu
planejamento e isso foi muito bom. Nós podemos proporcionar na sala de aula um
ambiente onde a criança possa aprender brincando. Construir um ambiente que
estimule a brincadeira, em função dos resultados desejados. “Não se tem certeza
que a criança vá agir com esse material como desejaríamos, mas aumentamos assim
as chances de que ela o faça...” BROUGERE, 1995, p. 105.
Aprendi a cada dia com o encantamento de cada
uma delas no decorrer dos meus dias enquanto estagiária na turma do 4º ano do
Ensino Fundamental. Experiência única e sensacional.
“Ninguém ignora tudo.
Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma
coisa. Por isso aprendemos sempre. “Paulo Freire”. Em alguns momentos,
ignoramos as dúvidas dos alunos, conforme mencionado no texto, algumas vezes, a
Educação é feita como mera transmissão. O aluno quer questionar e nós não damos
a devida importância, falamos que não queremos ser interrompidos e que as
perguntas devem ser feitas no final da explicação. O aluno, por sua vez, não se
sente a vontade em questionar novamente e fica sem a explicação necessária. E o
professor, muitas vezes, como mero transmissor, querendo apenas cumprir o
programa. Percebi que isso é muito comum nas escolas, infelizmente. Para que
ocorra uma mudança, deveríamos repensar nossa maneira de ensinar.
2.2-PROCESSO
DE ENSINO
Na elaboração do meu plano de aula, foram
consideradas as necessidades da turma naquele período. Antes de planejar, no
meu período de observação com a professora parceira, percebi que algumas
crianças apresentavam muitas dificuldades nas 04 operações, na produção e
interpretação de texto. Desta maneira, elaborei meu planejamento, respeitando
assim o momento das crianças. Elaborei tirinhas para que eles construíssem um
texto. Fiz ditado de Português e de Matemática para que deixassem de lado um
pouco a tabuada e aprendessem a utilizar a mente. Inseri os números nas demais
matérias também, para que eles compreendessem que a matemática será sempre
necessária na vida adulta dentro e fora da sala de aula. Através das datas
comemorativas, dia do aniversário da nossa cidade, dia do seu aniversário,
meses com 31 dias, meses com 30 dias, aprenderam a olhar o dia no calendário,
alguns conseguiram reconhecer as horas no relógio da sala de aula. Além do que
elas precisavam aprender, procurei inserir o lúdico. Desta maneira a aula ia
ficando cada vez mais produtiva e os alunos que iam concluindo as atividades
propostas, pegavam um livro ou algum brinquedo e ficavam interagindo com os
demais que também haviam concluído a tarefa. Quando surgia alguma situação que
pudesse constranger algum coleguinha e o mesmo não era resolvido ou extrapolava
como algum palavrão de um aluno para com o outro, levava a situação até a
direção e resolvíamos juntos. As demais situações que iam surgindo como a Copa,
foi inserindo atividades para que a turma pudesse compreender o que estava
acontecendo nesse momento em nosso País. Adequando dentro do possível,
atividades em cada disciplina. Alguns alunos da minha turma decoraram a música
da copa, fizeram uma coreografia e alguns meninos durante a apresentação das
meninas para a escola ficavam fazendo embaixadinha com a bola, passando a mesma
para os demais que também quiseram participar. Os alunos que não corroboraram
interesse assistiram, assim como os demais da escola. No dia da educação física
que choveu, fizemos atividades de passar a bola, amarelinha, dentro do pátio.
Para que os alunos não se dispersassem, além de terem a possibilidade de
brincar com algo dentro da sala de aula, de uma maneira que não interferisse no
aprendizado dos demais, pedia para que um deles que estivesse extrapolando
ajudasse algum aluno com alguma necessidade. Fiz uma dinâmica com eles, onde o
aluno que estava atrapalhando a aula ficasse no meu lugar e que observasse os
demais, fiz isso sem falar para os demais e cada vez que esse aluno atrapalhava
o andamento da aula, repetia e com o passar dos dias alguns entenderam como
fica difícil o aprendizado numa sala onde ninguém se entende. Dois ajudantes
por dia, a tarefa de cada um deles era escrever a data e apagar o quadro,
distribuir algum material, levar algo ou pegar na secretaria, isso era
fantástico para eles. A alegria em poder ajudar a professora a escrever no
quadro a disciplina que iríamos ter naquele período. Abrir e fechar a sala,
para eles, significava algo muito maior, como se eles fossem à professora,
chegavam a pedir silêncio, pediam para sair menos da sala de aula, para ir ao
banheiro e ou beber água. Com o passar dos dias, fui percebendo que hoje faria
diferente, organizariam de outra maneira as atividades, me dei conta disso a
partir da segunda semana. Poderia ter feito um link entre uma disciplina e
outra, assim como fiz, quando surgiu o Projeto da Copa, onde todos os
professores teriam que inserir o Fuleco, a Brazuca, enfim, que os alunos
soubessem através do professor o que estava acontecendo. Quando fiz meu
planejamento, minha professora parceira também não sabia que teríamos que fazer
esse trabalho. Dei continuidade nas atividades e de acordo com as necessidades
da turma fui adequando meu plano, inseri os países da Copa, trabalhei o hino, a
letra da música, e a turma gostou. Cada uma das atividades da Copa teve uma
recusa de alguns alunos. A mesma fala de alguns adultos eles tinham em sala de
aula, certa rejeição, uma revolta. Para alguns a copa não tinha motivo para ser
celebrada, para esses alunos, tive que falar o quanto nosso país iria ganhar
com essa oportunidade, o quanto nós devemos sim mostrar nossa indignação, mas
no momento certo e esse momento seria na hora do voto. Momento que decidimos
quem irá lutar por nós, e que não devemos eleger quem oferece uma cesta básica
ou uma caçamba de aterro. Fui conversando com a turma, explicando para eles que
a revolta não os leva para lugar algum, mas que o pensamento focado em algo
produtivo sim, faz grande diferença. E que isso começa ali mesmo, dentro da
sala de aula. Por conta dos relatos de cada aluno, fui trabalhando com o grupo
as adversidades, os enfrentamentos foram dando lugar ao entendimento e desta
forma, através do respeito, a sala de aula foi se transformando num ambiente
onde a atenção era voltada para todos e não somente para a professora. Os
próprios alunos se ofereciam para ajudar o colega ao lado com dificuldade. Para
mim isso foi perfeito, pois, muitas vezes eu mesma, por não ter experiência em
sala de aula, parava ao lado dos dois e ouvia a maneira que o coleguinha
explicava e cheguei à conclusão que o aluno soube explicar naquele momento,
melhor do que eu mesma. Ofertar uma educação de qualidade é um direito da
criança. ”O homem, para conhecer as coisas em si, deve transformá-las em coisas
para si”. (K. KOSIK.)
Entender que
a criança, que o aluno, não é um depósito de conhecimento, que ele é um ser
pensante, e que a construção do conhecimento se dá na sua relação com os outros
e com o mundo.
2.3-APRENDIZAGEM
DOS ALUNOS
A aprendizagem da turma ocorreu de forma espontânea e através da
interação entre o meio físico com os colegas e as atividades propostas
diariamente. Através da observação diária dos alunos, através das reflexões
feitas semanalmente, através da fala dos alunos é possível elaborar o parecer
mais próximo à realidade do aluno. Nas atividades dirigidas feitas com cada aluno,
vamos observando o seu crescimento e desenvolvimento no decorrer dos dias. Diariamente
fiz as anotações do que foi trabalhado com a turma durante aquela manhã. Utilizei
o caderno de chamada para saber os alunos que estavam ou não presentes. No dia
que esse aluno faltava separava o material e entregava no próximo dia, quando
era algo que eu passava no quadro, deixava o mesmo encarregado de pegar
emprestado o caderno e copiar o que os demais haviam aprendido. Alguns tentavam
enrolar e resistiam. Tinha que falar que valia nota, que talvez fizesse alguma
prova para que eles copiassem. É muito bom acompanhar esse
desenvolvimento, fiquei muito feliz por fazer parte nesse momento desse
processo. No meu primeiro estágio com os alunos da Educação Infantil, foi bem
diferente, nos sentimos acolhidas, as crianças notam os olhares, elas chegam e
te abraçam, os pais conversam conosco. Com os alunos do 4º ano, pude contar nos
dedos os pais que tive contato. A maioria delas com 09 anos, sequer é
acompanhada até a escola na parte da manhã. Chegam e retornam sozinhas, e isso
é normal. Algumas possuem um olhar distante, outras se sentem abandonadas, o
olhar destas crianças, que deveria ser de pura inocência, já não é mais. O que
elas vêem na rua, muitas vezes os pais não tem conhecimento. Algumas se sentem
acolhidas no ambiente escolar, algumas professoras se doam mais, outras menos.
E desta forma, elas também aprendem a se socializar de diversas maneiras.
De acordo com Freire:
Não é possível respeito ao educando, à sua dignidade, a seu ser
formando-se, à sua identidade, fazendo-se, se não se levam em consideração as
condições em que eles vêm existindo, se não se reconhece a importância dos
“conhecimentos de experiência feito”, com que chegam à escola ( FREIRE, 2004, p.64).
O afeto é algo que devemos trabalhar sempre com nossos alunos,
eles são tão carentes de palavras gentis, alguns são tão grosseiros uns com os
outros. No dia a dia os valores devem ser trabalhados, as questões que eles nos
trazem, o que eles vêem na rua e não acham correto, o que eles mais gostam,
enfim, não é fácil, mas deve ser um trabalho de formiguinha. Cada dia um pouco,
cada dia uma semente que plantamos no coração, uma palavra que os faça sorrir,
fará a diferença na vida desse ser humano em constante aprendizado. Estimular o
aluno a cada dia, para que ele consiga se sentir um ser humano importante, que
ele pode conseguir tudo o que ele deseja se acreditar que isso é possível e que
juntos podemos fazer a diferença.
2.4-TRABALHO DOCENTE
Acredito que o professor enquanto educa estará sempre
aprendendo. E ao aprender poderá ensinar melhor. Ao conhecer a realidade dos alunos,
o espaço onde elas estão inseridas fica mais fácil planejar. Com um
planejamento consegui colocar em prática meu plano de aula. Com isso, também
percebi o quanto precisamos estar dispostos a mudar, o aprendizado requer
mudanças. Nada vale o conhecimento dentro da gaveta. Na primeira carta – Ensinar
– aprender leitura do mundo – leitura da palavra, diz que o ensinante aprende
primeiro a ensinar, mas aprende também ao ensinar algo que é reaprendido por
estar sendo ensinado. Ninguém escreve se não escrever, assim como ninguém nada
se não nadar. Não é possível ler sem escrever e escrever sem ler. O trabalho
docente, quando é compartilhado com os demais integrantes em sala de aula, a
professora com a monitora, a professora com o aluno. A direção com o restante
da equipe, as professoras entre elas mesmas. Todos nós temos muito a ganhar,
principalmente as crianças. No meu último dia de aula com meus alunos, foi
feita uma apresentação de alguns da turma para a escola, um pouco antes do
término da aula. Os alunos ensaiaram a música da copa no recreio durante a
semana, ensaiaram a coreografia feita por elas mesmas. Alguns não queriam se
apresentar e outros que mudaram de idéia se apresentaram e ficaram muito
felizes. A apresentação durou o tempo que elas cantaram a música, mas a atenção
que os demais deram para o grupo foi maravilhosa. Tanto que pedi para que
repetissem. Sem caixa de som, sem a música gravada, elas cantaram e os meninos
driblaram a bola. Eu fiquei encantada com o grupo. Tirei fotos, a supervisora
filmou e os alunos que fizeram a apresentação se sentiram bem ao realizar a
apresentação. No final, todos aplaudiram e quando retornamos para a sala, os
alunos me agradeceram, me deram cartinhas, me beijaram, me abraçaram, disseram
que sentiriam saudade. O que eu disse para eles: foi que eu aprendi muito com
eles e que as 03 semanas seriam inesquecíveis para mim, cada um do seu modo,
fez uma grande diferença na minha vida. Disse que havia aprendido com eles,
talvez muito mais do que eles pudessem imaginar e que ali, aquele espaço,
aqueles alunos propiciaram o meu crescimento e que desta maneira aprendemos uns
com os outros. Assim como eu aprendia com eles, todas as pessoas, o coleguinha
da sala de aula, ou das outras salas, as pessoas na rua estão sempre aprendendo.
Que nossa vida é um eterno aprendizado. As crianças gostaram muito e gostam
cada vez mais, quando elas conseguem se desenvolver, quando elas se sentem
valorizadas. Enquanto estão ali, aprendendo, se desenvolvendo, elas começam a
entender a si mesmas e aos demais. O professor precisa conhecer a realidade do
aluno, para poder proporcionar um modo de viver significativo, para que o aluno
passe pela infância sem os atropelos do dia a dia, com um pouco mais de doçura
e responsabilidade. Esse tempo dentro da escola deve ser aproveitado da melhor
maneira, abordando os temas que os alunos nos trazem no cotidiano escolar. Os
professores não são anjos nem demônios. São apenas pessoas (e já não é pouco!).
Mas pessoas que trabalham para o crescimento e a formação de outras pessoas. O
que é muito. São profissionais que não devem renunciar à palavra, porque só ela
pode libertá-los de cumplicidades e aprisionamentos. É duro e difícil, mas só
assim, cada um pode reconciliar-se com sua profissão e dormir em paz consigo
mesmo. (NÓVOA, 2003, p. 14).
A tecnologia traz muita informação, nós enquanto
educamos, devemos trazer a tecnologia a nosso favor, fazer com que elas se
protejam ao mesmo tempo em que se apropriem do novo objeto de conhecimento. Só
se cria a partir daquilo que existe. Ao longo dos dias existem algumas
atividades que são repetidas, mas isso não significa que sejam feitas do mesmo
modo todos os dias. Com diz (BROUGERE1995
p.105). É necessário favorecer atividades que propiciem experiências
diversificadas e que invistam no desenvolvimento de diferentes aprendizagens.
CONCLUSÃO
Durante o meu segundo
estágio, com os alunos do 4º ano, do Ensino Fundamental, com as crianças entre
09 e 11 anos foi muito gratificante. Um momento inesquecível na minha vida e
com certeza isso ficará para sempre guardado na minha mente e no meu coração.
Experiência única com os alunos que fizeram a diferença na minha vida. Pude
perceber no decorrer do meu estágio o quanto temos para aprender. Somos eternos
aprendizes. As crianças nos ensinam no dia a dia, o professor deve estar sempre
aberto para as novas experiências que elas nos proporcionam, cada uma a sua
maneira. As situações vivenciadas no cotidiano de uma escola somente serão
possíveis perceber estando ali presente. Conhecendo a realidade da escola, do
aluno. Tenho muito a agradecer pela oportunidade de ter feito esse estágio com
pessoas tão maravilhosas, tão acolhedoras. A professora titular e a supervisora
me ensinaram muito. Durante meu estágio estavam sempre me dando algumas dicas
de como lidar com uma e outra criança, meu plano foi aprovado pela professora
titular e pela supervisora, ambas me convidaram para trabalhar na escola. A
minha professora parceira irá se aposentar no final deste ano e disse que
ficaria feliz se eu ficasse com a turma dela. Pela manhã ela dá aula para o 4º
ano e a tarde para o 02 º ano. Disseram que eu deveria ser firme com os alunos
e que desta maneira iriam gostar das minhas aulas. Tratei meus alunos com
firmeza e respeito, e percebi o quanto aprendi com essa traça de experiência,
nos momentos de intervalo, passava para a professora titular na sala dos
professores o que acontecia de inusitado, se houvesse a necessidade dela
interceder, imediatamente recebia a sua ajuda. Isso foi fundamental para mim,
me senti acolhida, respeitada e valorizada. Fundamental para qualquer pessoa e
principalmente para mim que estou iniciando, nós professores precisamos nos
atualizar, precisamos usar a tecnologia a nosso favor, caso contrário, as aulas
irão se tornar monótonas e as crianças não irão ter vontade de fazer algo
diferente do que elas já sabem fazer. Toda novidade que é apresentada para
elas, faz uma grande diferença. Uma experiência que elas gostaram muito,
repetir com a turma. Assim como em outros momentos não gostaram tanto. Nesse
período pude perceber o quanto preciso me aperfeiçoar na docência. O quanto
preciso me empenhar para tornar as aulas mais gratificantes, mais produtivas.
Senti a necessidade de me reeducar enquanto ser humano. Elas permanecem na
escola, durante a manhã toda, cheias de vida, de disposição, querendo receber o
novo, aprender e porque não reaprender o que já sabem de uma maneira diferente.
É papel da escola, ensinar aos alunos a formular perguntas e que esse
aprendizado será eterno. Mais uma vez a vida me ensinou o quanto tenho que
aprender para poder ensinar. Através do contato que tive com todo o grupo
escolar, com os alunos, com as professoras, foi simplesmente uma experiência
encantadora e muito gratificante.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BECKER, Fernando; MARQUES, Tânia B. I.
(Orgs.) Ser professor é ser pesquisador. Porto Alegre: Ed. Mediação, 2007.
BROUGERE, 1995,
p. 105.
FREIRE, Paulo. Professora sim, tia não:
cartas a quem ousa ensinar. 1 ed. São Paulo: Olho D’Água, 2009.
VASCONCELLOS, Celso dos S. Metodologia
Dialética em Sala de Aula. In: Revista de Educação AEC. Brasília: abril de 1992
(n. 83).
K. KOSIK, Dialética do Concreto, p. 22.
FREIRE, 2004, p.64
NÓVOA,
2003, p. 14
Zeni S. Knevitz
“Acadêmica do Curso de Pedagogia- EAD da Universidade Federal de Pelotas (UFPel)”.
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