domingo, 30 de novembro de 2014

RESENHA
 TEXTO: (ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS PARA O ENSINO DE ALUNOS SURDOS)


                O texto: “Estratégias metodológicas para o ensino de alunos surdos” nos remete a refletir sobre outros temas de igual importância como as diferenças, preconceitos, direitos das minorias. Em nossa sociedade e dentro dela a educação necessita responder aos desafios atuais, ou seja, pensar a educação para todos, no centro da questão aqui refletida, os surdos e sua linguagem.
            Os autores procuram abordar o tema da presença de alunos surdos dentro da escola regular, os desafios encontrados pelos professores despreparados e também dos alunos que encontram um ambiente inadequado para responder as suas necessidades. A educação que sempre se apoiou na oralidade está sendo desafiada junto aos seus professores a compreender e ampliar o acesso a estes alunos.
            Este novo desafio certamente é um ponto saudável a todos, até aos alunos ouvintes, que podem se beneficiar com uma escola mais dinâmica, usando mais os recursos midiáticos, imagens, gráficos, mapas.
            Na prática, a reflexão sobre o tema da língua de sinais na escola está bem avançada, muitas pessoas procuram tomar conhecimento do tema, professores fazem curso de libras, no entanto quando a realidade da sala de aula surge todos sentem que há um despreparo, um longo caminho a ser percorrido.
             O texto sugerido faz referência a uma nova pedagogia, que ajudará a escola a refletir e buscar soluções necessárias é a Pedagogia Visual: “A pedagogia é uma área do conhecimento que procura acompanhar os avanços tecnológicos e sociais, e entre eles está atenta às tendências da chamada sociedade da visualidade” reforça a necessidade de uma nova pedagogia” (CAETANO & SANTOS, EDUFSCAR, 2013). Hoje não é impossível pensar a educação sem pensar nos recursos midiáticos que possam ajudar na aprendizagem dos alunos ouvintes e surdos, principalmente por sermos uma sociedade da visualidade. Estas novas tecnologias vem ao encontro das necessidades que hoje temos, buscar um aprendizado mais próximo da realidade.
            O uso de recursos visuais muito explorados pela mídia é um caminho interessante como outros recursos disponíveis nesta área que Campello chama de “Semiótica Imagética”. Tudo isso, porém não garante o sucesso da aprendizagem dos alunos surdos, muitos professores sentem-se despreparados em conduzir uma aula sem a presença de um interprete garantido por lei. Mesmo com a presença deste é necessário explicar o conteúdo não apenas apresentar como muitos imaginam. O interprete também necessita estar familiarizado com o tema trabalhado pelo professor, facilitando uma tradução mais qualificada.
            Esta reflexão apoiada pelo texto sugerido não é algo recente, já vem amadurecendo com reflexões, cursos de preparação oferecidos aos professores. Leis foram criadas para obrigar as instituições educacionais a se adaptarem as necessidades dos alunos surdos, porém as necessidades de qualificação aos professores que trabalharão em sala de aula foram ignoradas. “Apesar de não ser esperado o domínio da língua de sinais pelo professor regente, tarefa esta que seria reservada ao intérprete, não se pode negar que um aprofundamento em Libras é de grande proveito para que o professor possa auxiliar o aluno surdo na compreensão dos conteúdos”.  (CAETANO & SANTOS, EDUFSCAR, 2013). Aqueles que buscaram aperfeiçoamento na língua de Libras, o fizeram por conta própria, sem incentivos de cursos gratuitos ou mesmo valorização econômica por este novo aprendizado adquirido.  Mas é muito importante que o professor possa se aperfeiçoar cada vez mais para auxiliar o seu aluno surdo e perceber seus avanços e necessidades.
            A língua dos sinais acima de tudo vem colocar em destaque as dificuldades que as escolas têm de sair de um sistema engessado por décadas moldando um estilo de educar, longe da realidade e da vida dos seus alunos. Os desafios aqui percebidos podem se tornar uma luz na busca de outros modelos de ensinar, mais dinâmico e prazeroso aos educandos e educadores, sejam eles surdos ou ouvintes.  O aprendizado da língua de Libras deve ser incentivado com cursos gratuitos de qualidade, valorização econômica daqueles que se aventuram em aprender esta forma de comunicação tão importante, é fundamental.
Penso que o primeiro passo que devo dar como professora de um aluno surdo futuramente é fazer um curso de LIBRAS qualificado. Aprender e utilizar vários recursos visuais e estratégias metodológicas para trabalhar com este aluno beneficiando á todos com uma aprendizagem de qualidade. Buscar parceria com profissionais da Língua de Libras, com eles manter um aprendizado atualizado por serem conhecedores e preparados na condução desse saber.




Referências Bibliográficas

 CAETANO, Juliana F.  . Estratégias metodológicas para o ensino de alunos surdos. . In: LACERDA, Cristina B. F. de; SANTOS, Lara F. dos (orgs). Tenho um aluno surdo, e agora? Introdução à Libras e educação de surdos. São Carlos: EdUFSCar, 2013. Pg.185.


Catiana Vicente Pellegrini

“Acadêmica do Curso de Pedagogia- EAD da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL)”.
  
Resenha do Livro A Língua de Eulália por, Catiana Vicente Pellegrini


1. IDENTIFICAÇÃO DA OBRA:
BAGNO, Marcos.  A Língua de Eulália. Novela Sociolingüística/ Marcos Bagno, 15ª Ed-São Paulo. Contexto, 2006.
2. APRESENTAÇÃO DA OBRA:
            O autor do livro através de personagens fictícias, procura abordar a problemática da linguagem que ocorrem no dia-a-dia, tanto na escola como em outros ambientes sociais.
            No texto há uma busca para derrubar o preconceito lingüístico na alfabetização. O autor argumenta que falar diferente não é falar errado e que existe uma explicação lógica, científica, sociológica e lingüística.
            Nesta abordagem ocorre uma viagem ao passado, presente e ao futuro na tentativa de compreender o fenômeno lingüístico. Este na maioria das vezes é usado para classificar e desmerecer os diferentes e não valorizar a riqueza das variações lingüísticas.
3. DESCRIÇÃO DA ESTRUTURA:
A CHEGADA
A história do livro começa com a viagem das três estudantes e professoras do curso primário Vera, Sílvia e Emília. As professoras vão passar as férias na casa da tia de Vera, a Sra. Irene que é professora de português e lingüística.

QUEM RI DO QUE?
As professoras estranham e acham engraçadas as palavras usadas por Eulália. Irene coloca as professoras em questionamento mostrando as diferentes linguagens que existem. O português do século XII, o português de Portugal é diferente do nosso. Assim como o português da Eulália, não é errado é apenas diferente.
QUE LÍNGUA É ESSA?
            Irene a personagem principal do livro argumenta que no Brasil existem mais de 200 línguas faladas em diversos pontos do país. Entre estas diferenças contribuíram os índios, os imigrantes.  Muitos outros fatores também contribuíram para estas diferenças lingüísticas como: classes sociais diferentes, regiões isoladas.
            Todas as línguas, mesmo as mais simples se tiverem algum investimento podem se tornar uma língua erudita. Toda a língua tem recursos lingüísticos. No Brasil o português padrão também teve a sua história. As influentes regiões de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro com sua força econômica tornaram- se referência lingüística marginalizando outras regiões. No Brasil existe o PP português padrão e o PNP português não padrão.
UM PROBLEMA SEM A MENOR GRAÇA
A língua original Latim sofreu alterações ao longo do tempo diz Irene, tanto do latim para o espanhol, latim para o português ou mesmo do latim para o francês. Todas estas línguas sofreram alterações do seu original tanto do uso do L, R ou mesmo fazendo o uso di I como no caso do italiano.
UMA LINGUA ENXUTA
A PNP na prática é uma língua mais enxuta flexível, mais prática, mas a intenção não é colocá-la no lugar da PP. É importante conhecer a sua estruturação para não achar que é uma linguagem sem sentido e nexo.
LIBERDADE IGUALDADE E FRATERNIDADE
ENSINAR em seu sentido pleno é do latim “in+signo” colocar um rótulo em alguém, colocar uma marca.  Educar do latim “ex+duco” significa tirar para fora, ai se compreende o grande erro da educação que faz com que muitos abandonem a escola tão logo entram nela.
VERBO PRA QUE TE QUERO
Na escola é comum estudar gramática como se fosse algo misterioso cabalístico com ensinamentos que provavelmente nunca serão usados, mas que não são compreendidos dando a sensação da incapacidade lingüística.
E AGORA COM VOCÊS A ASSIMILAÇÃO
Irene explica que assimilação é a força que tenta fazer com que dois sons diferentes, mas com algum parentesco se tornem semelhantes. No caso de falando que se torna falano, o que ocorreu foi uma assimilação do D para o N.
SODADE, MEU BEM SODADE
A língua falada, a língua que sai da boca é muito mais rápida e ágil do que a língua escrita, a língua que sai pela mão. A língua voa a mão se arrasta.
A língua escrita serve como registro permanente é usado para a transmissão do saber e da cultura pode facilitar a leitura de textos antigos.
BEIJO RIMA COM DESEJO
O estudo dos sons da fala, a fonética nos ajuda a esclarecer uma grande quantidade de fenômenos que ocorrem na língua que usamos diariamente. “Nem tudo o que se diz se escreve e nem tudo que se escreve se diz”.
MÚSICA MAESTRO
A grande questão entre a linguagem escrita é qual a atitude correta diante da escrita e fala muitas vezes diferente.  Certamente orientar os alunos a seguir a escrita oficial, mas respeitar por outro lado as características próprias de sua linguagem.
QUEM NÃO SE ALEMBRA DE CAMÕES?
O nosso português em especial das regiões que primeiro foram colonizadas falam um português arcaico, original da época do descobrimento. Em outras regiões de grandes cidades ele não se manteve. Por isso não se deve condenar ninguém de estar falando um linguajar errado.
ACEITA-SE ROUPAS NOVAS
Há ainda muita gente querendo vestir a nossa língua com roupas da antiguidade, ou seja, do latim. Tanto gramáticos como professores e revisor que nos atacam com regras sem sentidos, mas por outro lado existem pessoas aliadas do bom português como é o caso do Poeta João Cabral de Melo Neto.
A FORMA A NORMA E O FUNIL
Na variedade lingüística também os pesquisadores levam em conta na hora da classificação o nível de escolaridade para classificar. Neste caso quem possui ensino superior é considerado culto. Também é um fato conhecido que as mudanças lingüísticas antecedem a reforma padrão. O que a norma padrão defende hoje já foi combatida por ela no passado.
ÍNDIO, SIM, COM MUITO ORGULHO
A norma padrão mesmo sendo de importância reconhecida, ela deve servir de guia não de verdade única, já que os falantes desta norma também usam Expressões muitas vezes duvidosas. O português padrão deve ser crítico dele mesmo. Ocorre que na prática a linguagem padrão está sendo usada para descriminar, para dificultar as pessoas de chegarem ao poder.
PONDO A MÃO NA MASSA
Muitos vocábulos que faziam parte da linguagem padrão e foram substituídos com o decorrer do tempo permaneceram na linguagem do PNP. Hoje estes vocábulos são considerados ultrapassados e fora de moda.
A PRIMEIRA SEMENTE
Irene deixa claro que o sinal que devemos colocar entre PNP e PP é um sinal de diferença e não um sinal de inferioridade.


A PARTIDA
É preciso começar e colocar uma pequena semente que fará nascer e cada um se tornará numa generosa jardineira.
O livro está dividido em 22 capítulos, 62 seções e 250 páginas.

4. DESCRIÇÃO DO CONTEÚDO
Em síntese o livro de Irene quer demonstrar que a unidade lingüística do Brasil é um mito. Há diferentes formas lingüísticas todas com características próprias por causa de sua origem histórica. A PP não é maior que a PNP, mas ambas são apenas diferentes na sua linguagem própria.
A intenção do livro é mostrar que o fortalecimento das diferenças pode ser usado mais para discriminar quem já não é considerado do mesmo nível. A intolerância, o fanatismo não leva a lugar nenhum a não ser a violência e a destruição.
O livro procura conscientizar os leitores de que a linguagem com suas características próprias é fruto do meio onde vivem as pessoas. Embora exista um linguajar padrão, este é um entre tantas outras formas de comunicação dignas de respeito e valorização.

Catiana Vicente Pellegrini

“Acadêmica do Curso de Pedagogia- EAD da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL)”.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL
CENTRO DE EDUCAÇÃO ABERTA E A DISTÂNCIA
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA – EAD









Relatório de Estágio






                       PLANEJAR: ENSINAR E APRENDER




CATIANA VICENTE PELLEGRINI






CANOAS 2013

                                                   






Catiana Vicente Pellegrini









PLANEJAR ENSINAR E APRENDER
A Escola e suas lições


         
                                                            




Relatório de Prática Docente I apresentado ao Curso de Licenciatura em Pedagogia- UFPEL/UAB, como requisito à conclusão do Estágio Supervisionado de Anos Iniciais.
 
 







                                          




                                  Supervisor do Estágio CLPD: Lilian Lorenzato
Supervisor do Estágio Escola: Rosângela Furtado Flores

                                        

Canoas, 2013













































Equipe docente responsável:


Professores a distância: Emília Cristina Rodrigues Teixeira, Lilian Rodrigues Corrêa.
Professores presenciais: Joelma Guimarães, Marta Rejane da Luz Fernandes.

Professor Formador: Cristiane Peres de Vasconcellos.







1.    RESUMO


            Neste trabalho está à tentativa de descrever o sentimento e as percepções a respeito do trabalho e experiências durante as duas semanas de estágio. No dia-a-dia escolar, não é comum a prática de avaliar, refletir sobre as ações realizadas. O estágio, embora realizado num período breve, serviu de laboratório para outras ações futuras. A intenção aqui não está em colocar reflexões definitivas, mas aprender, planejar, colocar em prática o que foi previsto e avaliar. Perceber os avanços e conquistas e também os desafios futuros daquilo que não se concretizou.
            Entre as ideias mais destacadas a seguir, estarão as respostas obtidas junto aos alunos nas mais diversas ações ligadas a atividades práticas e participativas. O retorno positivo e resultados adquiridos serão focados com frequência nas questões a seguir: O professor também sente o desafio de manter este nível de aprendizado bom, mas ao mesmo tempo estressante para ele, por outro lado produtivo para o aluno. Este trabalho deseja ser o esboço não conclusivo, mas inicial desta tarefa em busca de uma escola mais adaptada as necessidades e realidade de hoje.  
O estágio foi realizado em uma Escola Municipal de Ensino Fundamental no Município de Nova Santa Rita /RS, em uma turma de 3º ano do Ensino Fundamental, com alunos de oito a onze anos de idade.

PALAVRAS CHAVE:
Percepções, sentimento, respeito, avaliar, aprender, laboratório, prática, planejar, avanços, conquistas, ações, aprendizado, necessidades, busca, Perceber, desafio, escola, tarefa, intenção, reflexões, ações, realidade, professor, aluno, trabalho.


SUMÁRIO

                                                                                                                                                                     
1.    RESUMO........................................................................................... 5
2.    SUMÁRIO      ...................................................................................... 6
3.    APRESENTAÇÃO    ............................................................................7
4.    DESENVOLVIMENTO ........................................................................8
4.1  Etapa de ensino ............................................................................8
4.2 - Processo de Ensino .....................................................................10
4.3 - Aprendizagem dos alunos ............................................................10
4.4 -Trabalho docente...........................................................................11
     5. CONCLUSÃO ........................................................................................13
     6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................15






2.    APRESENTAÇÃO


            O trabalho a seguir deseja trazer um esboço das atividades e práticas realizadas nas duas semanas de estágio. Certamente não serão questões conclusivas, mas uma tentativa de planejar uma prática e a partir disso buscar refletir as conquistas e os desafios que permaneceram a partir desta experiência.
            No desenvolvimento do relatório deste estágio está a intenção de apresentar as etapas vividas durante este período. Também como aconteceu o processo de aprendizagem, as respostas que os alunos apresentam diante dos temas e dinâmicas propostas. Por fim, também o trabalho do estagiário, a satisfação desta prática dentro do curso, mas também um momento único, cansativo, mas com bons resultados obtidos.
           





3.    DESENVOLVIMENTO




            A experiência de estágio como aprendizado torna necessária uma atitude de humildade e coragem. Preparar um caminho de professor e ao mesmo tempo de aprendiz. É um momento único, que muitas vezes ajuda o educador construir um perfil que corresponda aos desafios atuais e futuros.
            No desenvolvimento deste trabalho serão colocadas algumas conclusões em torno da prática desenvolvida nestas duas semanas. As reflexões não são definitivas, mas a tentativa de expressar um sentimento vivenciado durante este período marcante da cumplicidade professor e aluno.



3.1   Etapa de ensino


Esta etapa de atividade caracterizada como estágio, tornou-se um momento único com objetivos claros de realizar uma experiência num período específico. Buscar se aventurar em caminhos antes pouco explorados com dinâmicas, desejando encontrar com elas respostas e resultados mais eficazes. As avaliações foram feitas periodicamente, buscando encontrar respostas nos dizeres dos próprios alunos, sempre colocar os planos em prática e depois avaliar em seguida.
As atividades do estágio foram produtivas, principalmente pelo conhecimento antecipado da turma onde as atividades foram realizadas. Esta particularidade, juntamente com o conhecimento dos alunos, ajudou e propiciou uma experiência interessante e positiva. A partir deste momento único, é possível imaginar que o aprendizado seja o início da aquisição de conhecimentos importantes para a caminhada como professor.

Os espaços da escola ajudaram no desenvolvimento das atividades preparadas, principalmente o ambiente externo, amplo e natural foi muito proveitoso para os alunos desenvolverem as atividades propostas.
Em relação ao tempo, houve contratempos, chuva, atividades extras organizadas pela escola que tornaram necessário a adequação das propostas a serem trabalhadas. Estes contratempos tiveram o lado positivo, encontrar alternativas, buscar de forma criativa soluções para as situações inesperadas.
Os materiais que estiveram disponíveis para a execução das tarefas não foram satisfatórios, houve a necessidade de adaptações quando necessário, mesmo assim, o que foi planejado seguiu o curso previsto. Os planejamentos realizados tiveram que ser readaptados, principalmente pelo ritmo dos alunos quando não conseguiram realizaram as atividades dentro do esperado. Cada aluno possui o seu tempo para realizar as atividades. A reflexão sobre o tempo do aluno foi percebido com frequência no estágio. Este fator exige do professor-estagiário a compreensão e avaliação da situação, muitas vezes com a necessidade de observação e tomadas de decisões próprias para o momento como o uso de espaços diferentes dos previstos, por exemplo, o pátio da escola. A este respeito, Marilda da Silva, nos presenteia com suas reflexões.

“A nosso juízo, porque a vida real tem uma dinamicidade muitas vezes diferente da que está nas teorias que são ensinadas nos cursos que preparam professores. Neste sentido, as experiências cotidianas e a reflexão-na-ação fazem que esse profissional ultrapasse as teorias cientificas disponíveis, valendo-se de sua experiência pessoal de seus valores e de seus sentimentos para solucionar qualquer conflito” (Silva. 2009)

Procurando manter o estágio como uma etapa diferenciada, foram respeitadas as rotinas dos alunos para não afetar o funcionamento da escola. Durante o estágio foi possível sentir que o professor realmente é uma ponte entre o aluno e o saber. O professor como apoiador, estimulador do aprendizado que deve ser buscado.
      A avaliação e os avanços do aprendizado dos alunos é um momento importante do estágio. Foi possível perceber que o avaliar não produz resultados iguais nos mesmos alunos. Alguns têm melhor desempenho nas atividades lógicas, porém em outras atividades abstratas/teóricas possuem dificuldades e vice-versa. Por isso, foram propiciadas as mais diversas ações de aprendizado no intuito de todos poderem demonstrar os conhecimentos adquiridos.



3.2   Processo de ensino

O estágio, seu planejamento e execução, teve como fator positivo o prévio conhecimento da turma, suas particularidades, mesmo assim foi possível perceber que o professor sempre é surpreendido não conseguindo prever os resultados em algumas atividades específicas. Por isso o plano de aula teve adaptações ao longo da sua execução.  Mesmo os alunos ao possuírem familiaridade com o professor, reagem de maneira única diante de propostas diferenciadas como no estágio.
O estágio também possibilitou a percepção de que o professor sozinho não consegue manter-se criativo o tempo todo. Esta realidade seria possível contando com o apoio de um professor auxiliar dentro da sala de aula. O aluno sempre corresponde positivamente, aprende mais, mantêm o interesse no que é proposto. Este momento também fez lembrar algumas frases de Paulo Freire que a função do professor acima de tudo é libertar neste caso o aluno: “Educador e educandos, co-intencionados à realidade se encontram numa tarefa em que ambos são sujeitos no ato, não só de desvelá-lo e, assim criticamente conhecê-la, mas também no de re-criar este conhecimento” (Freire 1987).
Nos dias de hoje são criadas grandes expectativas em torno da figura do professor. Este como estimulador, motivador, certamente melhor representação do que essa não é possível. No entanto, um educador muitas vezes esta envolto em uma turma de aproximadamente 30 alunos, alguns com problemas de aprendizagem. Certamente esta tarefa solitária ainda é uma realidade que precisa ser superada diminuindo o número de alunos sob seus cuidados.


3.3  - Aprendizagem dos alunos

A turma a qual aconteceu o estágio, desde o principio revelou-se muito ativa, respondendo bem as atividades apresentadas. Em algumas situações esta característica atrapalhou o andamento dos trabalhos principalmente nas atividades que exigiam concentração e memorização. Em outras situações em atividades em espaços mais amplos (pátio da escola) esta característica tornou o trabalho mais produtivo e participativo.
As aprendizagens foram percebidas pela evolução dos trabalhos, o tempo das tarefas aplicadas tiveram significativas melhoras. Alunos com dificuldades de participação no grupo tiveram mais espaço de envolvimento e com isso compreensão.
O trabalho pensado e planejado em função das duas semanas de estágio trouxe bons aprendizados tanto por parte dos alunos e também do próprio estagiário. Foi possível perceber e confirmar o que sempre é dito e defendido por muitos autores. Que todo o planejamento deve ser versátil, sempre prever possíveis mudanças e imprevistos, saber adequar e buscar o fim desejado mesmo por caminhos modificados durante a sua aplicação.

“O professor precisa estar preparado, também para os momentos em que seu planejamento necessite ser modificado sem que com isso o planejamento perca a sua essência, observando também que planejar não significa alienar-se da realidade dando assim autonomia para que o mesmo adapte o seu planejamento a cada realidade de sala de aula”.  (Gama e Figueiredo s.d.)

O aprendizado poderia se tornar mais qualificado e sempre é importante esperar mais, desejar mais, para isso ter materiais mais atualizados poderiam acelerar a aprendizagens como; recursos áudio visuais, materiais didáticos a disposição.

3.4 - Trabalho docente


Em todas as atividades planejadas, os objetivos devem estar sempre presentes, deste modo é possível avaliar o que funcionou, ou necessita trilhar outros caminhos quando atividades semelhantes serão usadas. O conhecimento prévio sobre o assunto também se faz necessário com pesquisas, busca do material mais apropriado para tal situação. Vivemos hoje bombardeados por inúmeras fontes de informações, resultado dos meios eletrônicos que invadiram quase todos os espaços e ambientes de convivência. Esta geração de alunos possui informações em excesso e o professor necessita estar bem informado e orientado para que possa ajudar o aluno a filtrar estas informações, e dar respostas convincentes quando for necessário.
“O docente, a cada nova experiência, vai assim criando sua didática, e com isso enriquecendo sua prática proporcional e, também, dessa forma, o professor acaba usando o seu planejamento como fonte de oportunidade de reflexão e avaliação de sua prática (Gama e Figueiredo s.d.).
O professor hoje está sendo desafiado a manter seu conhecimento atualizado, apostando na formação permanente, buscando novas técnicas e recursos para corresponder às necessidades atuais de seus alunos.


4.    CONCLUSÃO





Historicamente, a educação sempre foi motivo de preocupação e reflexão quanto aos rumos e privilégios que ela proporciona. O fazer e o aprender tornou-se uma realidade inseparável quando o assunto é a educação.
            No trabalho e reflexões aqui colocadas, algumas já fazendo parte do aprendizado que a vida oferece, tendo assim a confirmação das convicções através da prática. Estas convicções ligadas ao que muitos autores procuram defender, reforçar. A educação necessita de respostas, de renovação e de uma prática dinâmica e envolvente. É o caminho mais conveniente quando se busca novos rumos no aprendizado para nossos alunos.
            Durante o estágio, além do aprendizado também os desafios se tornaram presentes, não como uma situação negativa, mas como parte desta rotina educacional. Os desafios que o estágio apresentou foram: necessidades de conhecer os temas e aprofundá-los através de pesquisas, prever e aprender novas dinâmicas a serem trabalhadas com o objetivo de buscar o conhecimento desejado. Muitos temas e o sucesso de assimilação dependem da abordagem, o modo como serão apresentadas, deste modo tornam-se situações prazerosas e produtivas.
            Algumas disciplinas como a matemática, hoje desafia quem está no processo de ensino e aprendizagem. Ao longo de muitos anos não houve preocupação quanto a este tema, somos fruto da geração onde as disciplinas se tornaram uma atividade de desprazer aos alunos, hoje professores. Está realidade está desafiada a mudar, através de novas abordagens mais produtivas e dinâmicas.
            A docência, ao contrário do que muito se fala com notícias, reportagens, pesquisas, revelando temas como violência na escola, desinteresse pelo ato de aprender, é um ato possível de satisfação tanto do professor (estagiário) como do aluno. Esta é a certeza maior a partir destas duas semanas. O educando é o sujeito a ser educado, motivado, trabalhará com dedicação e muito prazer pelo ato de aprender. Na educação e todos que nela se aventuram, sabem que nem sempre é possível alcançar o máximo desejado, mas certamente acreditar, e o otimismo de quem segue este caminho é indispensável, chega de derrotismo. Acreditar, apostar, é a caminhada a ser trilhada pelos novos e sonhadores educadores.

             


 

 

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS





FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido.   17º Ed, Paz e Terra, 1987. Pg. 107

GAMA, Anailton de Souza; Figueiredo, Sonner Arfux de. O Planejamento no Contexto Escolar. Artigo.

SILVA, Marilda da. Complexidade da Formação de Professores (saberes teóricos e saberes práticos). Ed. Cultura Acadêmica, São Paulo, 2009. Pg. 117
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                        Catiana Vicente Pellegrini

“Acadêmica do curso de Pedagogia-EAD da Universidade de Pelotas (UFPEL)”.

Artigo: Prática Docente de Estágio





RESUMO

            O presente trabalho busca refletir o estágio da educação infantil realizado nos meses de maio e junho. As reflexões desenvolvidas seguem orientações previamente elaboradas para ajudar na reflexão da caminhada e aprendizado neste período importante de estudos e práticas.
            O que ajudou e tornou importante esta reflexão foi a oportunidade de vivenciar um novo ambiente escolar. Neste espaço educacional poder compreender e participar desta etapa tão importante na vida das crianças, seu desenvolvimento e vivências. Nas reflexões aprofundadas, conseguir em pouco tempo descrever e buscar elementos fundamentais que possam servir para uma prática mais condizente com a realidade que se deseja trabalhar, e o exercício de ser educador em nossos dias.
           


PALAVRAS CHAVES:

Criatividade – Família – Alunos – Professor – Ritmo – Tempo.





















1.    INTRODUÇÃO



            Este presente artigo tem como objetivo refletir sobre o momento do estágio na Educação Infantil.
            No primeiro capítulo encontram-se as demandas que mais chamaram a atenção neste estágio. Estas compreendidas como os principais desafios a serem enfrentados. O próprio texto afirma que são antes de mais nada, oportunidades de aprendizagem e de crescimento como educador. Neste ponto foram citadas três: “A realidade rural”, “Diferentes objetivos Familiares”, “Espaço Físico”. O desenvolvimento procura refletir as práticas vivenciadas com apoio dos textos sugeridos.
            No segundo capítulo do artigo, a reflexão buscou seguir uma linha de raciocínio através das questões apresentadas. Em cada um dos cinco itens foi desenvolvida uma análise das situações concretas em sala de aula e nos dias que se seguiram o estágio.
            As questões sugeridas favoreceram a uma análise mais detalhada das conquistas e desafios que permaneceram em forma de aprendizado. Este desenvolvimento buscou valorizar o todo da escola como parte indispensável da prática pedagógica, onde o aluno deve ser o principal sujeito.





2.    APRENDIZAGEM, DEMANDAS E HETEROGENEIDADE DOS ALUNOS.



As demandas que surgiram durante o estágio na educação infantil não necessariamente se caracterizam como algo negativo, mas sim desafios que podem tornar simples atividades de aprendizagem num momento em que a criatividade aflora e nos remete a uma situação única do saber. Entre estes, perceber a diversidade local entre o urbano e rural. Também buscar conciliar os interesses muitas vezes distintos entre os familiares que vêem a escola como um lugar apenas para as crianças serem cuidadas. O espaço físico também se caracteriza como um elemento importante para a concretização de objetivos traçados e planejados.
A heterogeneidade da turma a meu ver ocorreu como algo positivo porque pude ter um olhar voltado para as crianças que precisavam de uma atenção maior para realizar suas atividades. Algumas destas crianças apresentavam carência afetiva e necessitaram bastante compreensão e carinho. Procurei lidar com estas situações de maneira tranquila para conseguir ajudar estes alunos. Pensei em algumas estratégias de aprendizagem para trabalhar com a turma, levei algumas atividades extras e joguinhos, contei historinhas com materiais pedagógicos (fantoches, músicas, figuras, máscaras), onde as crianças participavam com alegria e interesse. Utilizei estas atividades extras para incentivar e socializar a turma.
A heterogeneidade na turma me instigou a ser mais criativa e pesquisadora na busca de novas alternativas e estratégias para facilitar a aprendizagem dos alunos.



2.1 - Realidade urbana e rural.


A atividade de estágio e os desafios que se apresentaram durante este período foram os mais variados certamente ao pensarmos em educação, no processo de aprendizagem os elementos envolvidos são os mais complexos. Esta diversidade pode acontecer em relação aos materiais disponíveis para desenvolver atividades educativas, seja pela capacidade e características do grupo envolvido, conforme Celso Vasconcelos nos orienta: “Uma educação significativa deve partir as condições concretas de existência e para isto, o educador, enquanto articulador e coordenador do processo precisa ter um bom conhecimento da realidade com a qual vai trabalhar aluno, escola, comunidade, sociedade, assim como a ciência que vai administrar (VASCONCELOS, Abril de 1992 (n.83)) Na turma, algumas crianças moravam na zona rural, eram mais carentes, algumas não possuíam televisão e telefone em casa. Enquanto outras moravam na zona urbana e tinham acesso aos meios de comunicações diversos.
Para mim estas duas realidades na turma foi um desafio no sentido de desenvolver o trabalho e pensar as atividades de acordo com estas realidades, trabalhar com o que eles conhecem e vivenciam. Por isso penso que foi de fundamental importância conhecer o entorno da escola e a realidade dos alunos.



2.2- Diferentes objetivos familiares.

      A escola de educação infantil pela sua história se caracterizou como um ambiente de cuidadores, não um espaço escolar de aprendizagem e alfabetização. A realidade embora tenha mudado a partir da Lei de Diretrizes de Base da Educação Nacional de 1996, passando a Educação infantil a ser definida como primeira etapa da Educação Básica, a visão anterior ainda persiste na compreensão de muitas famílias, tornando a atividade desenvolvida um pouco mais complexa do que se imaginava inicialmente. Esta certamente foi uma das demandas que requereram atenção. Por ser uma escola de educação infantil pública, estão presentes crianças culturalmente e economicamente carentes, por outro lado, outras cujas famílias esperam um retorno maior na educação escolar, desejam saber sobre o aprendizado de seus filhos. A partir desta realidade o planejamento necessitou ser claro nas propostas, considerando que todos os alunos pudessem compreender o que estava sendo proposto. Os alunos com maiores dificuldades eram constantemente estimulados e encorajados por mim. As atividades desenvolvidas a cada dia eram apresentadas aos pais dos alunos para que ficassem cientes do trabalho pedagógico realizado.






2.3- Espaço físico

Também as perspectivas em relação ao espaço físico influenciaram o desenvolvimento de algumas atividades. Diante da diversidade dos alunos envolvidos, as atividades lúdicas foram as que propiciaram maior envolvimento dos alunos de modo igualitário, tanto pelo interesse, como na capacidade de compreensão, realização e socialização das atividades propostas.
Esta demanda criou boas perspectivas de trabalho, no entanto, o espaço inadequado com salas pequenas e pátio sem cobertura para os dias chuvosos e frios necessitou de improvisos necessários. Uma estrutura mais própria certamente ajudaria em muitas atividades psicomotoras e recreativas que contribuiriam para a integração dos alunos. Mesmo assim as atividades não devem depender apenas das condições físicas como Vasconcelos já nos orientava. Muitos professores acham que para realizar um trabalho significativo e participativo haveria necessidade de locais especiais, materiais especiais, etc. (é claro que isto ajudaria, mas não podemos ficar nesta dependência, ainda mais no contexto escolar brasileiro). (Vasconcelos, Abril de 1992 (n.83))
Algumas atividades que foram planejadas para serem realizadas no pátio da escola muitas vezes necessitaram ser adaptadas para o ambiente da sala de aula, devido ao tempo chuvoso e frio. Todas as atividades planejadas foram realizadas mesmo com as adaptações necessárias, porque o planejamento deve ser flexível de acordo com as necessidades e mudanças que possam surgir.


3.    A PARTIR DAS SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM E NÃO APRENDIZAGEM QUAL O MEU PAPEL DIANTE:


Para realizar um bom trabalho de aprendizagem no estágio foi necessário conhecer um pouco das demandas da escola de Educação Infantil, como ela se organiza, quais são os objetivos e as prioridades em relação aos alunos. Conhecer também a realidade e desenvolvimento da turma e a partir desse conhecimento prévio pude então elaborar o meu planejamento com pesquisas, leituras e o apoio da professora titular da turma e das tutoras do curso.



3.1-Projeto Político Pedagógico da Escola.

A matriz curricular e o projeto político pedagógico da escola foram apresentados no período de observações e os planos de estágio, elaborados a partir das diretrizes do mesmo. O diálogo com a professora parceira também foi fundamental para elaborar as propostas do estágio, o que era possível construir, prever em busca de um projeto de trabalho em conformidade com a escola.
No projeto político pedagógico da escola constava entre outros objetivos: Na educação infantil, nosso trabalho tem por objetivo propiciar a ampliação dos interesses e conhecimentos das crianças, além de estimular conquista da independência e a cooperação no processo de socialização.” (Projeto Político Pedagógico). Além de trabalhar conteúdos e novos conhecimentos também atividades que favorecessem a integração e a cooperação entre as crianças foram criadas. Nos momentos das atividades, os alunos que completavam as tarefas primeiro, eram motivados a ajudar os que possuíam maiores dificuldades.         


3.2- A Aprendizagem dos alunos.

A aprendizagem ou não aprendizagem dos alunos pode ser considerada uma questão difícil de constatar no seu todo. Levando em consideração que as avaliações podem ser superficiais e depende dos objetivos de cada professor.  No momento em que percebia se algum aluno não tinha entendido alguma explicação ou atividade, fazia uma retomada das explicações e ajudava os alunos que mais precisavam, com brincadeiras e jogos sobre o tema trabalhado, de uma forma tranquila porque cada criança possui o seu ritmo e a sua história: “Quando a criança chega à escola, já traz uma série de conhecimentos informais sobre a realidade. Na escola ela vai estabelecer uma nova relação cognitiva com o mundo” (Alexander., 1991) A possibilidade de retomada foi uma necessidade em várias situações, pois nesta fase a criança ainda está construindo seu processo de aprendizagem e sua rotina escolar.
No decorrer do estágio fui percebendo que os alunos que precisavam de uma maior atenção da minha parte eram os que apresentavam dificuldades para realizar algumas tarefas, não conseguiam escrever o nome, não reconheciam todas as vogais, tinham dificuldade na pintura.
Fui resolvendo a situação conversando, dialogando, ajudando estes alunos, dando uma atenção especial e direcionada para ajudar em suas dificuldades.
A aprendizagem dos alunos acontecia conforme as atividades iam sendo propostas e apresentadas, ou seja, de uma forma natural de acordo com o tempo, ritmo e vivências de cada criança. Procurei aproveitar nos momentos da aprendizagem com a turma as suas falas e saberes. Primeiro explorava o que eles já conheciam sobre os assuntos que iam sendo trabalhados para só depois começar as explicações. Levei para a sala de aula vários jogos pedagógicos e atividades extras que ajudaram bastante e foram muito importantes para uma maior compreensão dos alunos. E realmente notava especial interesse nas atividades e assuntos em que eles contribuíam e contavam as suas vivências, eram receptivos. Também demonstravam curiosidade e empenho no momento dos jogos, das atividades recreativas direcionadas, da leitura, hora do conto e quando podiam manusear os fantoches e participar das histórias com falas e diálogos dos personagens. Gostavam muito das músicas que cantávamos e das coreografias de cada música. Proporcionei várias atividades de socialização com a turma e estes momentos contribuíram bastante no processo de ensino aprendizagem.








3.3- A relação com a realidade concreta

O período de conhecimento da realidade da escola, da turma e da professora parceira foi de vital importância para a realização do estágio. Este conhecimento prévio, porém não resolve todas as questões pertinentes, muitas vezes acontecem descobertas pelo próprio estagiário na convivência com a turma. Em especial o ritmo de cada criança, sua história, seus traumas e carências. Algo que não poderia ser previsto e influenciou muito nas atividades foi o nível de conhecimento que a turma realmente poderia ter de fato. Segundo a professora titular sua observação e avaliação foram a melhor possível, certamente querendo valorizar seu trabalho e desempenho: ”Os alunos são ótimos conseguem realizar as atividades, já fizeram ótimos trabalhos neste ano, os que não fazem é por causa da preguiça” (Professora Mariângela).
Os alunos que apresentavam algumas dificuldades para realizar as tarefas em aula eram os que não tinham estímulo da família, eram carentes e necessitavam de mais atenção, ao contrário do que disse a professora titular, não penso que seja por causa de preguiça. Todos os alunos realizavam as atividades de acordo com o seu tempo, ritmo e compreensão.





3.4- A Organização e coordenação das propostas na sala de aula.

A partir do conhecimento prévio das potencialidades e limites da turma foi possível também elaborar propostas de aprendizagem. Muitas vezes boas propostas não conseguem ter resultados satisfatórios se estiverem fora da realidade escolar conforme Rogéria Silva já abordava em seu texto: Planejamento da ação pedagógica: “Como ato político, ser professor demanda o conhecimento da realidade dos alunos, sob pena de tornar sua atividade irrelevante ao movimento de tornar significativo o aprender na escola... No entanto conhecer a realidade é muito mais do que saber fatos da vida dos alunos e da sua comunidade...” (SILVA. Rogéria Novo da. ZORZI). Por isso o diálogo com a professora titular, as visitas de observação propiciaram este conhecimento antecipado, favorecendo um planejamento coerente com a realidade dos alunos e seu entorno.


3.5- Busca pela rede de apoio.

No momento das visitas e observações que fiz a escola pude conhecer o local e os recursos físicos e humanos disponíveis para a realização da minha prática docente. Conhecer um pouco da escola, do seu projeto e dialogar com as pessoas com quem iria desenvolver o meu trabalho foi muito importante para a elaboração de atividades compatíveis com a realidade dos alunos. Estas informações preliminares ajudaram na construção de planos em sintonia com o dia-a-dia da escola.
Mesmo assim os imprevistos que surgiram necessitaram de ajuda de outros profissionais da escola. Em atividades práticas com pinturas e colagens foi necessária a colaboração da professora titular para ajudar na orientação e nos detalhes dos trabalhos pedidos aos alunos. Em outros momentos com atividades psicomotoras em espaços abertos sempre foi necessária a colaboração de outro professor, quando a titular não se encontrava presente alguém era designado a este auxílio com presteza.
            A equipe diretiva e a orientadora sempre se fizeram presentes com questionamentos sobre o andamento dos trabalhos e dificuldades que pudessem vir a surgir, sempre dispostas a ajudar no que fosse preciso. Esta presença foi importante como forma de valorização das atividades que estavam sendo conduzidas.








4-CONCLUSÃO

            Ao término deste trabalho, tendo a certeza de ser apenas um apanhado inicial do que envolve realmente o todo da educação infantil, mesmo assim permanece a sensação de um caminho de práticas e reflexões devidamente realizadas. Foi uma experiência significativa e fundamental numa área da educação ainda desconhecida por mim.
            O importante ao final desta reflexão é que mais do que grandes certezas, ocorrem muitos questionamentos pessoais em relação aos desafios que o ser educador nos dias atuais deve enfrentar. Estes elementos sempre impulsionam para novos caminhos, cheios de surpresas e estímulos na busca de novas reflexões e posturas profissionais.
            O estágio na educação infantil mostrou como é importante este período inicial da educação. Não mais caracterizado apenas como um momento de ocupação das crianças, mas de formar valores e propiciar momentos de convivência e experiência no grupo social.
            Na educação também foi possível perceber que este ato não é realizado de modo individual, mas é fruto de uma ação conjunta, coletiva, entre sujeitos que possuem objetivos em comum, compartilham e constroem o aprendizado de uma escola.
            Por fim, ter a certeza de que o ato de ensinar e aprender é uma atitude prazerosa e possível. Mesmo que muitos ainda insistam em lamentar as dificuldades, mais do que festejar as conquistas alcançadas todos os dias. Ser professor é um ato de amor, doação que ultrapassa o tempo e todas as dificuldades que possam surgir.
                                                                                                              








5- REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS:                                                                         



LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.


*Leontiev. Alexis N. E Luria. Alexander R. As idéias psicológicas de L. S. Vygotsky. In: VYGOTSKY Lev S. A formação Social da mente. 4 ed. São Paulo. Martins Fontes. 1991. Posfácio. P. 147

PROJETO POLÍTICO E PEDAGÓGICO DA ESCOLA.


*SILVA. Rogéria Novo da. ZORZI Analise.  Planejamento da ação pedagógica – dimensões e elementos para pensar a prática docente.

VASCONCELLOS, Celso dos S. Metodologia Dialética em Sala de Aula. In: Revista de Educação AEC. Brasília: abril de 1992 (n. 83)





Catiana Vicente Pellegrini

“Acadêmica do Curso de Pedagogia- EAD da Universidade de Pelotas (UFPEL)”.